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Polícia

PF prende espanhol no RJ suspeito de traficar drogas em três continentes

Oliver Ortiz de Zarate Martin vivia no Brasil desde 2009, onde lavava dinheiro do tráfico - bens estão avaliados em mais de R$ 20 milhões

27 jun 2013 - 09h36
(atualizado às 17h04)
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<p>Uma Ferrari foi apreendida na casa onde o espanhol morava - o patrimônio dele passava de R$ 20 milhões</p>
Uma Ferrari foi apreendida na casa onde o espanhol morava - o patrimônio dele passava de R$ 20 milhões
Foto: PF / Divulgação

Um espanhol foi preso na manhã desta quinta-feira, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, suspeito de tráfico de drogas em pelo menos três continentes - América do Sul, Europa e Oceania. Oliver Ortiz de Zarate Martin, 35 anos, foi capturado pela Polícia Federal numa cobertura triplex durante a Operação Monte Perdido. O nome da operação foi dado, porque o sobrenome do preso se parece com uma região oriunda do Monte Perdido, na Espanha

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Com o homem, foram apreendidos R$ 20 milhões em bens móveis e imóveis. A PF investigou o espanhol com ajuda de agentes da Receita Federal, das polícias de Portugal e da Austrália e do departamento dos Estados Unidos especializado em combate ao tráfico de drogas, o Drug Enforcemente Administration (DEA).

Martin responderá por crime de lavagem de dinheiro no Brasil, já que não foram encontrados indícios de que o tráfico de drogas propriamente dito ocorria dentro do território nacional. "Segundo informações da polícia australiana, suas rotas de tráfico eram da Colômbia para a Austrália e da Colômbia para a Europa", afirmou o delegado Paulo Telles, responsável pela investigação que durou cerca de um ano e começou com a apreensão de um veleiro com 300 kg de cocaína e quatro espanhóis na costa australiana.

"Passamos a acompanhar sua evolução patrimonial no Brasil desde a denúncia da polícia australiana. Não havia como explicar o patrimônio sem ser com o tráfico de drogas. Ele passava como empresário no país, mas todos os seus negócios foram malsucedidos", explicou João Luiz Caetano, titular da Delegacia de Repressão aos Entorpecentes da Polícia Federal.

Segundo os investigadores brasileiros, um quilograma da droga na Oceania chega a valer mais de R$ 200 mil. Martin, que seria o chefe da quadrilha, comprava bens em espécie e vivia no Brasil desde 2009 para regularizar o dinheiro. Chegou a casar com uma brasileira e tem um filho. Entre os bens apreendidos, estão a cobertura onde ele foi preso - avaliada em mais de R$ 3 milhões -, uma mansão recém adquirida no Joá por cerca de R$ 4 milhões, uma Ferrari 2011, duas caminhonetes Toyota Hilux, uma boate na Barra da Tijuca, outra na Lapa, uma academia na Barra e dois terrenos em Queimados (RJ). Além disso, o espanhol tinha guardados em casa quase R$ 1 milhão em espécie de três moedas diferentes (reais, dólares e euros).

"A gente prefere descapitalizar recursos e ativos financeiros dos traficantes porque isso impede o funcionamento das quadrilhas e o dinheiro é revertido para os investimentos no combate ao tráfico de drogas no Brasil", contou Caetano. Martin foi encaminhado para o presídio Ary Franco e, se condenado, terá de cumprir penas que variam de 3 a 10 anos.

Atenção a traficantes internacionais

O delegado afirmou que a Polícia Federal está atenta e investigando outros suspeitos de tráfico de drogas internacionais. Recentemente, vários estrangeiros têm sido presos no Rio de Janeiro acusados do crime. Eles procuram viver de forma anônima no país e desfrutar das fortunas que arrecadam. 

"Estas pessoas acham que podem viver no Brasil sem ser incomodadas, mas a Polícia Federal está atenta. Não pode ser assim", disse Caetano.         

Fonte: Terra
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