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Polícia

PF prende 32 em ação contra pornografia infantil na internet

28 jun 2012 - 13h17
(atualizado às 17h57)
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Melissa Bulegon
Direto de Porto Alegre

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira 32 pessoas, por mandado de prisão ou em flagrante, durante uma operação contra o compartilhamento de pornografia infantil na internet. A ação, batizada de DirtyNet, foi realizada em 11 Estados e no Distrito Federal. Uma pessoa continua foragida.

Foram identificadas 160 pessoas que participavam do esquema. Destas, 97 vivem no exterior - em 34 países - e 63 residem no Brasil. Os suspeitos - do sexo masculino e de diferentes idades, profissões e classes sociais - irão responder pelos crimes previstos nos artigos 241A e 241B do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbem oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar, divulgar, fotografar, adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, imagens, vídeos, arquivos ou qualquer registro que contenham cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Se condenados, poderão pegar até seis anos de prisão.

Foram cumpridos 50 mandados de busca de HDs, computadores, mídias, pendrives, câmeras fotográficas e filmadoras. As prisões ocorreram no Rio Grande do Sul (5), Paraná (3), São Paulo (9), Rio de Janeiro (5), Espírito Santo (1), Ceará (1), Minas Gerais (5), Bahia (1) e Maranhão (2).

Segundo Diana Calazans Mann, chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF do RS, responsável pelas investigações, o tipo de material encontrado "é muito repugnante", com imagens até de abuso sexual a bebês. "Como eles usavam o anonimato em uma rede privada de compartilhamento, a sensação de estarem seguros pode ter estimulado as formas mais agressivas de pornografia infantil. Ficamos muito chocados com o tipo de imagens que estavam trafegando. É o que eu já vi de pior", ressaltou Diana.

No material ao qual os policiais tiveram acesso durante os seis meses de investigação, há fotos de crianças e adolescentes mostrando as partes íntimas, além de vídeos com adultos praticando sexo com crianças ou adolescentes e até mesmo menores de 12 anos praticando sexo entre si.

Além disso, há relatos de estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo. "Existem alguns indícios, flagrados em conversas na rede, de lesão corporal cometida contra crianças no meio de fantasias sexuais macabras, inclusive com extração de pedaços e relatos abomináveis", explica a delegada.

Segundo a investigação, os envolvidos integravam uma rede privada, criptografada, onde só é possível entrar com convite e aprovação dos outros membros. Cada um dos suspeitos identificados possuía acervos pessoais.

Agora, o material apreendido será analisado para a identificação de outros crimes cometidos pelos usuários da rede e também das possíveis vítimas. "A imagem de pornografia é o subproduto de um abuso sexual. O próprio abusador produz as imagens que são colocadas na rede. Se isso for constatado, a pessoa também vai responder por esse crime", ressalta.

De acordo com o procurador Rodrigo Valdez de Oliveira, foi a primeira vez que o Brasil iniciou uma investigação de pornografia na internet que envolvia também outros países. Até então, o crime era descoberto no exterior e então as autoridades brasileiras eram comunicadas para tomar as providências cabíveis.

Rede internacional

A investigação descobriu que os brasileiros compartilhavam material de pornografia infantil ainda com outros usuários da internet em mais 34 países. A PF já comunicou os países envolvidos, por meio da polícia internacional (Interpol) para que seja dado prosseguimento às investigações com o objetivo de identificar todos os envolvidos. Segundo a delegada Diana, há também notícias de ações feitas pela polícia hoje no Reino Unido e na Bósnia e Herzegovina.

Fonte: Terra
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