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Polícia

PF indicia 9 pessoas por desvio de dinheiro em ONG de ex-atleta

28 jan 2013 - 18h18
(atualizado às 18h24)
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A Polícia Federal indiciou por crimes de peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha, sonegação de contribuições previdenciárias, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, nove envolvidos no desvio de cerca de R$ 4,2 milhões do programa do governo federal Segundo Tempo para uma Organização Não Governamental (ONG) de Jaguariúna, interior de São Paulo. Uma das indiciadas é a ex-jogadora de basquete e vereadora Karina Valéria Rodrigues (PCdoB), representante da ONG.

Em julho de 2012 a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão com o objetivo de encontrar documentos relacionados ao desvio. Segundo a PF, a ONG promoveu diversas alterações do estatuto social, fazendo figurar em sua diretoria várias pessoas, sendo que algumas delas tinham idade avançada e sequer frequentaram a entidade. As irregularidades foram comprovadas com a análise dos documentos apreendidos.

Com os documentos, confirmou-se a existência de empresas, registradas em nome de terceiros e controladas pela indiciada, para emitir notas fiscais para a ONG, entregando os produtos em quantidade e qualidade inferior à contratada.

De acordo com as investigações, na casa de um dos investigados, titular de uma das empresas investigadas, foram encontrados canhotos de cheques, com a letra da vereadora, de duas empresas que seriam concorrentes no fornecimento para a ONG. A indiciada utilizava esses cheques das empresas fornecedoras da ONG para o pagamento de despesas pessoais, como dentista e salário de empregada doméstica.

Planilhas mostraram também o possível pagamento de valores registrados como “partido”, além de saques em dinheiro de valores da ordem R$ 50 mil e que, segundo a anotação, seriam destinados à vereadora.

A análise dos documentos mostrou que mais de 200 pessoas receberam como monitores, pagos diretamente com verbas oriundas do Ministério dos Esportes, sem prestar esse tipo de serviço à entidade.

Segundo a PF, a ONG recebeu do Governo Federal, entre os anos de 2007 e 2011, em torno de R$ 30 milhões, além de uma contrapartida dos municípios em que atuava, no montante de R$ 3.575.629,60.

A Polícia Federal constatou ainda que a ONG deveria desenvolver atividades esportivas educacionais para atender cerca de 18 mil crianças, adolescentes e jovens, porém, além de atender a um número menor de beneficiados, não fornecia os serviços e materiais esportivos “em qualidade e quantidade que declarava”.

Entre as diversas irregularidades investigadas, comprovou-se a existência de vínculos entre pessoas que trabalharam para as empresas fornecedoras e a ONG, pagamentos antecipados de valores para fornecimentos que ocorreriam ao longo do tempo e a falta de aplicação financeira de recursos não utilizados.

De acordo com a PF, para disfarçar o crime, a ONG mudou por diversas vezes a sua diretoria, tendo a investigação apurado que a empresa era constituída por pessoas próximas à criadora da organização, em geral parentes entre si, incluindo até pessoas de idade avançada, como é o caso de uma vice-diretora, nascida no ano de 1927.

Fonte: Terra
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