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Polícia

PF começa nova etapa da Ararath e vasculha casa de candidato

Objetivo dos mandados, conforme o MPF, é desarticular uma organização criminosa

26 set 2014 - 13h23
(atualizado às 13h26)
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<p>Alvo da Opera&ccedil;&atilde;o, Gilmar Fabris tenta se eleger para deputado estadual pelo PSD</p>
Alvo da Operação, Gilmar Fabris tenta se eleger para deputado estadual pelo PSD
Foto: Jupirany Devillart/AL / Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (26) a sexta etapa da Operação Ararath, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro. A PF informou que cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, dois em Cuiabá (MT) e três em Ribeirão Preto (SP). O primeiro mandado deu ordem para os agentes vasculharem a casa do ex-deputado estadual e atual candidato Gilmar Fabris (PSD), uma mansão em um dos bairros de elite em Cuiabá (MT), o Santa Rosa. O comitê de campanha do deputado fica no mesmo bairro, mas não foi alvo da PF, que não divulgou o nome de todos os envolvidos nessa sexta-etapa da Ararath, que corre em sigilo. Nos locais vasculhados, foram recolhidos principalmente documentos e computadores.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Jeferson Scheider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, a pedido do Ministério Público Federal (MPF). O objetivo dos mandados, conforme o MPF, é desarticular a organização criminosa. “O foco da investigação são pessoas e empresas que agiam como instituição financeira sem autorização do Banco Central e facilitavam a lavagem de ativos de origem ilícita, cujo dinheiro circularia num sistema financeiro paralelo sem controle e fiscalização”, diz nota do MPF.

Investigações da PF constataram que a organização criminosa, citada pelo MPF, agiu em favor de políticos, principalmente para movimentar campanhas eleitorais. Altos vultos, na casa de milhões, eram emprestados pelo Bic Banco, sem o devido aval do Banco Central.

Na justiça federal de Mato Grosso, quatro pessoas já respondem a uma ação penal proposta pelo Ministério Público Federal. O ex-secretário de Fazenda Éder Moraes (PMDB), a mulher dele, Laura Tereza da Costa Dias, o superintendente regional do Bic Banco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol, e o ex-secretário-adjunto de Fazenda Vivaldo Lopes. 

Ainda estão em curso 13 inquéritos policiais.

Outro braço da investigação corre junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver políticos com cargos eletivos e que, por isso, têm o benefício do foro privilegiado.

É o caso do deputado estadual José Riva (PSD), que foi preso dia 20 de maio deste ano na quinta etapa da Operação, assim como ex-secretário Éder Moraes, apontado como pivô do esquema. Também foi preso nesta mesma data o superintendente regional do Bic Banco. Os três ficaram presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, sendo Riva por três dias, Cuzziol por quatro e Éder só foi solto quase três meses depois, no dia 8 de agosto.

Riva, que é do mesmo partido que o candidato Fabris, chegou a lançar seu nome para o governo do Estado, mas a candidatura foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), decisão confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A mulher dele, Janete Riva, assumiu a chapa.

A Polícia Federal já informou que todos os mandados foram cumpridos. O delegado da Polícia Federal em Mato Grosso, Wilson Rodrigues, que conduz investigações da Ararath, agora vai analisar os documentos, mas em sigilo, como informou a Assessoria de Imprensa.

Fonte: Terra
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