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Polícia

PF apura uso de vírus de computador em fraude ao INSS em SP

27 abr 2010 - 12h23
(atualizado às 13h46)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

A Polícia Federal de São Paulo investiga a possibilidade de que um servidor do INSS tenha instalado programas espiões (spywares) nos computadores de médicos-peritos da Previdência para roubar suas senhas. Segundo o delegado da PF Wagner Santana da Veiga, que coordenou a operação para reprimir o esquema de fraude, seria através desta espécie de vírus eletrônico que o suspeito, preso nesta terça-feira, concedia benefícios de forma fraudulenta como se fosse médico. "Era um programa chamado chupa-cabras, usado para conseguir essas senhas", disse Veiga.

A operação da PF desencadeada nesta terça-feira é chamada de Operação Evidência (Hipócrates SP), em alusão à grande quantidade de vestígios deixados pelos integrantes da quadrilha. A iniciativa tem o apoio de uma Força-Tarefa Previdenciária no Estado de São Paulo, composta pela PF, pelo Ministério da Previdência Social e pelo Ministério Público Federal. Um levantamento preliminar aponta desvios de R$ 9 milhões.

Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de São Paulo, Guarulhos, Planalto, Mogi das Cruzes e Bertioga. Entre os presos está o servidor do INSS e um delegado da Polícia Civil de Guarulhos, onde ficava a Agência de Previdência Social que concedia os benefícios. O esquema durou quase um ano e houve média de 30 fraudes ao dia, durante os 45 dias que foram monitorados.

Ainda de acordo com os coordenadores da operação, para cada benefício concedido, a quadrilha recebia em média R$ 4,5 mil, destes, R$ 3 mil iam para o bolso do servidor do INSS que chefiaria o esquema. O delegado que participava do golpe garantia, além da intermediação, a segurança de que os integrantes da quadrilha não seriam punidos.

A Previdência Social deve suspender nos próximos dias pelo menos 300 benefícios concedidos pela agência de Guarulhos. Segundo a PF, a investigação cruzará a folha de ponto dos médicos peritos para descobrir quais benefícios foram aprovados fora do horário de expediente destes profissionais.

Com os suspeitos foram recolhidos comprovantes de depósito e outros papéis que comprovariam a chamada intermediação dos benefícios a quem não teria direito a pensões ou indenizações.

Fonte: Redação Terra
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