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Polícia

Pezão atribui a traficantes protesto no Morro de São Carlos

Moradores da região, onde oito pessoas foram mortas pela guerra entre traficantes, atearam fogo a ônibus nesta manhã

15 mai 2015 - 16h55
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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse nesta sexta-feira (15) que a manifestação no Bairro do Estácio, nas proximidades do acesso ao Morro do São Carlos, zona central do Rio, foi uma reação do narcotráfico à política de ocupação empreendida pelo Estado. Na manhã desta sexta-feira um grupo de pessoas do Morro de São Carlos ateou fogo em dois ônibus e incendiou pneus nas imediações da comunidade.

"Não deixamos de contratar policiais, disse Pezão
"Não deixamos de contratar policiais, disse Pezão
Foto: Agência Brasil

“O ônibus queimado no centro é uma reação do tráfico. Nós acompanhamos Japeri e Queimados, nós ocupamos e estamos com operações no Chapadão (na zona norte) e (em) toda aquela região. Os bandidos se deslocaram e alguns já foram pegos”, disse Pezão.

Perguntado sobre a fragilidade na segurança em regiões que já contam com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), como a Comunidade do São Carlos, Pezão ressaltou que a solução para os recentes episódios de violência é contratar mais policiais. Acrescentou que apesar da crise financeira, o governo do Rio de Janeiro continua investindo em segurança e contratou, nos últimos três meses, cerca de 1.500 policiais militares além de treinar 750 policiais civis, que em breve também serão contratados.

“As pessoas ainda não entenderam que eu não posso gastar o que o Estado não arrecada. Claro que o recurso nunca entra na velocidade que a gente quer, mas não deixamos de contratar policiais. Também não deixamos de pagar premiação dos batalhões e das delegacias que cumpriram suas metas”, disse o governador. Segundo ele, foram distribuídos R$ 61 milhões em prêmios no primeiro trimestre deste ano. “Não vai faltar dinheiro para a segurança pública e para nenhuma política pública”, afirmou.

Os moradores da comunidade desceram o morro pela manhã munidos de paus e pedras, interditaram parcialmente a avenida e atearam fogo em pneus e dois ônibus. Policiais do 4º Batalhão da Polícia Militar de São Cristóvão e do Batalhão de Choque foram deslocados para a região. A confusão ocorreu por volta das 9h30 e a polícia, na tentativa de conter os manifestantes, atirou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.

A avenida foi interditada nos dois sentidos e o trânsito ficou parado na região. A confusão envolvendo os morros da região central do Rio teve início na semana passada, quando traficantes do Morro da Fallet tentaram tomar os pontos de drogas do Morro da Coroa, resultando na morte de oito pessoas.

Um levantamento feito pelo Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, mostra que em 2015 sete veículos foram destruídos por incêndios criminosos na capital. Nos últimos 12 meses ocorreram 19 casos.

Agência Brasil Agência Brasil
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