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Polícia

PE: Justiça aceita nova denúncia contra trio acusado de canibalismo

11 jul 2012 - 12h39
(atualizado às 12h48)
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Celso Calheiros
Direto do Recife

A Justiça aceitou a denúncia contra Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva pelo assassinato, vilipêndio e ocultação do cadáver da adolescente Jéssica Camila da Silva Pereira. O crime foi o primeiro cometido pelos três que, ao serem descobertos em Garanhuns, a 228 km do Recife, ficaram conhecidos nacionalmente por suspeita de canibalismo e, supostamente, usarem o corpo da vítima para fabricar empadas.

De linguiça a empada: veja casos de canibalismo no Brasil

De acordo com a investigação policial, Jéssica foi a primeira vítima atraída para a casa onde os três moravam no loteamento Boa Fé-I, bairro de Rio Doce, em Olinda. Aos 17 anos, em 2008, Jéssica vivia na rua com a filha de um ano de idade. Jorge, Isabel e Bruna queriam criar a criança e convidaram a adolescente para trabalhar como empregada doméstica. Ela foi atacada por trás, golpeada no pescoço e seu corpo esquartejado no banheiro da casa, segundo o inquérito.

No despacho, a juíza Maria Segunda Gomes de Lima, da Primeira Vara Criminal de Olinda, pede a prisão dos três por prática de crime, perversão, maldade, cobiça e insensibilidade moral, além das associações mórbidas. A magistrada ressaltou que não quer que as ações do processo se tornem banais. "Corriqueira, comum como um dever escolar, entendo ser necessária a aplicação da medida cautelar", escreveu no processo.

Por associações mórbidas, pode estar incluída a prática de canibalismo executada por Jorge, Isabel e Bruna. O corpo da vítima foi cortado, partes foram guardadas na geladeira e, depois, consumidas em um ritual. O trio também serviu a criança, filha da vítima.

A forma de ação se repetiu em Garanhuns. Na cidade do agreste pernambucano, os três voltaram a atrair vítimas do sexo feminino, com menos de 20 anos, com proposta de emprego. Duas outras vítimas foram mortas em casa, os corpos desmembrados e a carne consumida. A polícia não confirmou a utilização de carne humana no preparo das empadas e coxinhas vendidas por Isabel na cidade, mas a suspeita gerou mal-estar entre os antigos clientes.

Os crimes foram descobertos com a investigação do desaparecimento de Giselly Helena da Silva. A polícia encontrou a residência dos três depois de analisar imagens de uma loja de material de construção na qual eles fizeram compras com o cartão de crédito da vítima. Com a foto de Giselly, perguntaram para a criança se ela sabia onde a jovem estava. A menina apontou para um buraco no quintal.

A existência de um livro impresso domesticamente e registrado em cartório, Relato de um esquizofrênico ajudou a polícia. Jorge desenhou e descreveu os três crimes praticados. Eles estão presos na região metropolitana do Recife e aguardam o andamento dos processos pelas duas mortes em Garanhuns e, a partir do despacho da juíza Maria Segunda, pelo assassinato da Jéssica em Olinda.

A filha de Jéssica, que vivia com Jorge e as duas mulheres desde 2008, foi levada para uma instituição de acolhimento quando o trio foi preso. Após exame de DNA com o pai de Jéssia, a criança foi entregue ao avô.

Fonte: Terra
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