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Polícia

Para MP-RJ, operação da polícia tinha como objetivo matar 'Matemático'

Na última segunda-feira, Ministério Público havia pedido a reabertura do inquérito que avalia a morte do traficante

8 mai 2013 - 19h11
(atualizado às 19h15)
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) concluiu nesta quarta-feira que a operação de perseguição da polícia ao traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, no dia 11 de maio de 2012, na favela da Coreia, zona oeste do Rio de Janeiro, teve como objetivo eliminar o bandido. 

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Segundo o parecer elaborado pela Assessoria Criminal do MP-RJ, assinado pelo procurador Antonio Carlos Biscaia nesta quarta-feira, a operação de busca teve como objetivo a eliminação do criminoso, e não sua captura. 

A análise teve como base a transcrição do áudio das imagens da ação. O laudo da gravação foi entregue ao procurador-geral de Justiça Marfan Vieira, que determinou o desarquivamento do inquérito que apura as circunstâncias da morte do traficante nesta segunda-feira.

O documento contém a transcrição de cerca de 1 hora e 21 minutos de diálogos entre policiais que participaram da operação em terra e a bordo do helicóptero Águia II, da Polícia Civil. 

O laudo e as imagens da operação serviram de base para o pedido de desarquivamento do inquérito, que havia sido arquivado no IV Tribunal do Júri, em 5 de novembro de 2012, a pedido do Ministério Público. 

Segundo o MP, expressões identificadas no áudio, como “Prepara!”, “Vâmo incendiá (sic)?” e “Pega, pega, pega!”, seguidas por rajadas de tiros, revelam que Matemático era tratado pelos policiais como “alvo” durante a operação.

O documento identifica apenas dois policiais que estavam a bordo do helicóptero - Ralph Machado Serra e Mauro José Gonçalves. Na aeronave, porém, segundo o MP, havia seis policiais. 

De acordo com o inquérito, ao receberem a notícia da morte do traficante, na manhã seguinte à operação, Ralph e Mauro José compareceram à sede da Divisão de Homicídios para prestar esclarecimentos, e reconheceram que ambos atiraram, mas disseram não saber se os tiros disparados por eles teriam matado Matemático. 

Segundo a promotora que solicitou o arquivamento, a prova pericial não era conclusiva quanto à procedência dos tiros: se partiram do helicóptero ou se o criminoso teria sido morto pelos próprios comparsas. 

Um DVD com o vídeo, que mostra policiais na aeronave atirando contra o veículo do traficante e atingindo casas e prédios da região, foi entregue ao deputado estadual Marcelo Freixo (Psol).

De acordo com o deputado, as imagens mostram que não havia policiais na favela no momento da operação. Além disso, segundo ele, a chefia da Polícia Civil não tinha conhecimento da ação, que não teria cumprido o padrão mínimo de segurança exigido para proteger os moradores da comunidade. 

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Fonte: Terra
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