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Polícia

Pai quer que filho continue estudando em escola de Realengo

11 abr 2011 - 15h28
(atualizado às 15h37)
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O pai do estudante que avisou a polícia sobre o tiroteio na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Renato Cunha, afirmou nesta segunda-feira que faz questão, mesmo contra a vontade do filho, que ele retorne a estudar na instituição. Roger, 15 anos, estava em uma das salas em que o atirador Wellington Menezes de Oliveira entrou e matou parte das 12 crianças.

No sábado, centenas de moradores do bairro de Realengo fizeram um "abraço da paz" em homenagem às crianças mortas
No sábado, centenas de moradores do bairro de Realengo fizeram um "abraço da paz" em homenagem às crianças mortas
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Veja localização de escola invadida por atirador

Veja como foi o ataque aos alunos em Realengo

Roger e seu irmão, que também estuda na escola, não querem mais entrar na Tasso da Silveira. "Eles não querem nem passar pelas ruas perto", afirmou o pai. No entanto, Renato diz que quer que os dois continuem estudando na instituição. "Vai ter muita conversa com os psicólogos. Tenho certeza que, com a ajuda dos profissionais, vamos superar esse problema. Faço questão que eles estudem aqui", disse.

O pai voltou nesta segunda ao colégio para recolher o material de Roger. A mochila, que ainda tem manchas de sangue, será descartada para que o filho não se lembre da tragédia. "Vou tirar o material que está aqui dentro e vou jogar a mochila fora", disse Renato. No final da manhã, a escola liberou a entrada dos pais.

Roger conseguiu avisar os policiais depois de fugir da escola, quando encontrou uma blitz na rua Piraquara. Os policiais militares chegaram à escola e impediram que o atirador fizesse mais vítimas. "Eu nunca tinha visto uma blitz na rua Piraquara antes. Foi Deus mesmo que colocou os policiais ali, naquele dia", afirmou o pai.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Agência Brasil Agência Brasil
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