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Polícia

PA: grupo fecha ferrovia em cortejo de extrativistas mortos

26 mai 2011 - 11h47
(atualizado às 12h28)
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Familiares e amigos do casal de extrativistas mortos na última terça feira, no sudeste do Pará, organizaram uma manifestação na região de Marabá, na manhã desta quinta-feira. Segundo o Conselho Nacional das Populações Extrativistas, o protesto ocorreu durante o cortejo dos corpos de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. O grupo fechou uma estrada de ferro que liga a cidade paraense de Carajás a São Luís (MA), entre 7h e 9h, para pedir mais segurança na região.

Em vídeo, extrativista revela que já vinha sendo ameaçado:

Os líderes extrativistas foram mortos a tiros na manhã de terça-feira, na área do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, na comunidade de Maçaranduba 2, a 45 km do município de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. José Cláudio afirmava que vinha sendo ameaçado seguidamente por suas denúncias de desmatamento ilegal. Os dois foram enterrados por volta das 10h de hoje, no Cemitério da Saudade, em Marabá.

Segundo a Polícia Militar, a manifestação foi pacífica e não houve registro de conflitos. À tarde, o grupo de extrativistas deve se reunir com representantes dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, além de membros do Incra e do Ibama. Representantes de movimentos sociais da região e as famílias das vítimas organizam novas manifestações para sexta-feira, que devem incluir uma passeata pelas ruas de Marabá e um ato ecumênico.

Violência na Amazônia

O Ministério Público Federal (MPF) informou que o casal já havia feito denúncias de desmatamento ilegal e informado nomes de madeireiros de Jacundá e de Nova Ipixuna que faziam pressão sobre os assentados e que invadiam terras para retirar madeira ilegalmente.

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre 2001 e 2010, 377 pessoas foram assassinadas devido aos conflitos agrários no País. Dados da Ouvidoria Agrária Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, apontam que, no mesmo período, 58 pessoas foram assassinadas no Pará em confrontos por terra e outros 62 casos estão sob investigação no Estado.

Após a repercussão internacional que o caso ganhou, a presidente Dilma Rousseff (PT) determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) seja acionada para investigar o assassinato dos dois líderes, ligados ao Conselho Nacional dos Seringueiros no município de Nova Ipixuna. Além da PF, o Ministério Público Federal e a Polícia Militar do Pará também estão investigando a morte do casal.

Fonte: Terra
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