Operação contra tráfico de drogas em presídios prende 40 no RN e no CE

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte concluiu nesta sexta-feira a Operação Elefante Branco, com um total de 40 presos suspeitos de tráfico de drogas na região de Pau dos Ferros. Segundo a polícia, a quadrilha fornecia drogas do Ceará para o Rio Grande do Norte, a partir de estruturas montadas dentro de presídios nos dois Estados nordestinos - o nome da operação é justamente uma alusão à imagem negativa das unidades prisionais.

A operação cumpriu, no total, 33 mandados de prisão e 32 mandados de busca e apreensão durante três dias. Nesta sexta-feira, 24 acusados foram presos preventivamente - destes, 17 já estavam sob custódia em presídios dos dois Estados.

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As investigações duraram cerca de seis meses e foram coordenadas pelo delegado Inácio Rodrigues, titular da 4ª. Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC) de Pau dos Ferros. "Fomos verificando que os homicídios e roubos que estavam acontecendo em nossa região estavam intimamente ligados ao tráfico de drogas, mas que os traficantes que atuavam na cidade eram os pequenos varejistas. Assim, decidimos descortinar a lógica entre tráfico local e crimes, e descobrimos que a fonte abastecedora estava sendo coordenada de dentro de presídios no Ceará", detalhou o delegado de Pau dos Ferros.

Segundo Inácio Rodrigues, as investigações resultaram em vários flagrantes no decorrer dos trabalhos, que mostraram a ligação de compra e venda entre detentos, revelando que o esquema de distribuição dos entorpecentes faz parte do crescimento da atuação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), com sede em São Paulo, nos Estados nordestinos.

As investigações revelaram que a droga saía do Paraguai, passava por Mato Grosso, São Paulo e seguia para Fortaleza. Da capital cearense, a droga era distribuída para cidades como Mossoró, chegando até Pau dos Ferros.

"Todo o trabalho de compra, venda e distribuição da droga era feita pelos criminosos de dentro dos presídios. De lá eles comandavam todo o comércio ilegal, dando ordens e fazendo acompanhamento de toda a movimentação financeira", detalhou o delegado Inácio Rodrigues. Para que todo o trabalho da quadrilha fosse produtivo, suspeitos faziam o papel de "patrão" e outros de "subordinados", todos interligados.