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Polícia

ONGs divulgam nomes de supostos desaparecidos no Pinheirinho

26 jan 2012 - 19h49
(atualizado às 20h30)
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As ONGs Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Justiça Global divulgaram na tarde desta quinta-feira os nomes de cinco pessoas supostamente desaparecidas durante a reintegração de posse no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, interior de São Paulo. De acordo com as organizações, um menino de 8 anos, um idoso e uma família de três pessoas teriam desaparecido. O comandante da Polícia Militar no Estado afirmou considerar "muito difícil" o sumiço de pessoas na ação.

Moradores afirmam que pessoas foram levadas para atendimento e não foram mais vistas
Moradores afirmam que pessoas foram levadas para atendimento e não foram mais vistas
Foto: Reinaldo Marques / Terra

De acordo com as ONGs, os integrantes estão percorrendo quatro abrigos públicos montados pela prefeitura a pedido dos amigos e familiares dos supostos desaparecidos. Também pelas ONGs, pedido de informações aos hospitais públicos, Unidades de Pronto Atendimento e Instituto Médico Legal (IML). De acordo com a entidade, nenhuma resposta foi obtida até agora.

O menino desaparecido seria Matheus da Silva, que de acordo com o relato de moradores entrou em estado de choque quando a PM invadiu a área. Sua família relatou que policiais teriam levado o menor para atendimento médico e, desde então, não se saberia mais notícias do garoto. Pedro Ivo Teles dos Santos, 75 anos, teria sido espancado pela PM e levado para um posto de saúde. Quem relatou foi a ex-mulher de Pedro Ivo, que desde então não tem qualquer informação sobre ele.

A família que teria desaparecido seria composta por Gilmara Costa do Espírito Santo, seu marido identificado apenas como "Beto" e o filho, Lucas. O advogado dos despejados diz que a busca vai abranger um raio de 100 km da ação policial. "Vamos solicitar registros de ocorrências em todas as cidades num raio de 100 km de distância de São José dos Campos. Se essas pessoas não aparecerem num prazo de 48 horas, vamos exigir que as autoridades sejam responsabilizadas", disse Aristeu Pinto Neto.

Ação documentada

O Comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Alvaro Batista Camilo, afirmou ao Terra que a ação foi documentada com filmagens e que 40 oficiais de Justiça, além do Conselho Tutelar, acompanharam os trabalhos.

Ele afirmou considerar "difícil" num ambiente com tanta fiscalização possa ter havido mortes ou o desaparecimento de pessoas. "Todos os olhos da sociedade estavam voltados para o Pinheirinho", declarou o oficial.

Caso sejam confirmados o que chamou de "boatos", no entanto, declarou que haverá apuração rigorosa e punição aos envolvidos.

Fonte: Terra
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