Novo delegado-geral de SP assume criticando greve e baderna
- Hermano Freitas
- Direto de São Paulo
O novo delegado-geral de Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, 53 anos, assumiu com um discurso de respeito à disciplina e à hierarquia na corporação. Aos policiais membros de sindicato e grevistas, ele deu um recado. "Greve nunca é o primeiro recurso. Não vamos tolerar agentes com arma na cintura fazendo baderna", disse.
Antigo ocupante do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) e do Departamento de Homicídios, Carneiro comanda um contingente de mais de 30 mil homens e substitui Domingos Paula Neto. Ele afirmou que pretende aumentar a cooperação entre as polícias Militar e Civil e que a prioridade do órgão é aprimorar a investigação e o atendimento ao público.
Entre as modernizações defendidas por Carneiro, o abolimento de expressões latinas no meio policial, a possibilidade de elaboração de Boletim de Ocorrência por policiais militares e a equiparação dos depoimentos formalizados com as declarações informais de um suspeito durante a investigação. "Não pode haver vaidade institucional, as duas polícias (Militar e Civil) se completam", disse.
Questionado se ao criticar policiais grevistas estava se referindo ao episódio de confronto entre delegados e o Batalhão de Choque em uma greve no primeiro semestre de 2009, Carneiro disse que estava presente no acontecimento e que não traz mágoas do episódio. "Tenho apenas as cicatrizes", afirmou.
O delegado ainda citou o filme Tropa de Elite 2 ao lembrar de sua colaboração com a Corregedoria de Polícia e disse que não existe "banda podre" na polícia paulista, mas apenas "policiais podres". "Existem maus policiais e o mau policial é pior que o bandido", definiu.