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Polícia

Nem participa de audiência dentro de presídio federal

7 mar 2012 - 16h25
(atualizado às 16h39)
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O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro realizou, nesta quarta-feira, uma audiência de instrução e julgamento dos traficantes Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e Anderson Rosa Mendonça, o Coelho. Os dois estão recolhidos em um presídio federal no Mato Grosso do Sul e acompanharam a audiência através do sistema de videoconferência. A audiência é relativa a um processo a que eles respondem, junto com outros sete réus que estão foragidos, por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Nem é acusado de comandar o tráfico de drogas na favela da Rocinha.

A partir de denúncias, a polícia localizou Danúbia de Souza Rangel, 27 anos, namorada do traficante Nem
A partir de denúncias, a polícia localizou Danúbia de Souza Rangel, 27 anos, namorada do traficante Nem
Foto: MB / Reprodução / Futura Press

Como duas das 15 testemunhas de acusação não foram intimadas para comparecer à audiência e o Ministério Público faz questão de ouvi-las, após a oitiva das testemunhas que compareceram hoje, a audiência foi interrompida. A juíza Alessandra de Araújo Bilac marcará data para a continuação da audiência para que sejam ouvidas essas duas testemunhas de acusação faltantes, mais as testemunhas de defesa.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Fonte: Terra
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