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Polícia

Mulher de Nem presta depoimento; não há mandado de prisão

25 nov 2011 - 21h07
(atualizado às 21h46)
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A mulher do traficante Nem, Danúbia de Souza Rangel, 27 anos, seria liberada após prestar depoimento na 15ª DP (Gávea). Conhecida como a Xerifa da Rocinha, ela foi encontrada nesta sexta-feira à tarde por policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro, onde Nem atuava como líder do tráfico.

Após uma denúncia anônima, Danúbia de Souza Rangel (de boné) foi encontrada e encaminhada para o 15º DP
Após uma denúncia anônima, Danúbia de Souza Rangel (de boné) foi encontrada e encaminhada para o 15º DP
Foto: Ivaldo Anastácio / Futura Press

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Como ela não foi flagrada cometendo crime e não é alvo de mandado de prisão, Danúbia não foi presa, mas levada a depor. Sua única acusação, de participar de esquema para lavar o dinheiro do tráfico da comunidade, foi revogada pela Justiça. A expectativa da polícia era que prestasse informações a respeito de crimes em que Nem esteve envolvido.

Ao ser encontrada pelo Bope, depois de informações repassadas ao Disque-Denúncia, ela estava em um salão de beleza de uma amiga e confessou que havia chegado à favela no mesmo dia para visitar a filha, de quem sentia saudades.

Com o visual completamente diferente do que costumava exibir, a jovem estava de calça jeans, cabelos maltratados e presos com um coque, boné azul e camisa quadriculada. No momento da abordagem, Danúbia estava com uma irmã e outras duas pessoas. Um dos advogados da mulher do estava na 15ª DP.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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