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Polícia

MT: Justiça decreta prisão de 'aloprado' e mais 11 por fraude

16 abr 2010 - 21h29
(atualizado às 23h24)
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Juliana Michaela
Direto de Cuiabá

O juiz federal de Mato Grosso, Julier Sebatião Silva, decretou, no final da tarde desta sexta-feira, a prisão preventiva de 12 acusados de envolvimento com desvios e fraudes em licitações e contratos do Governo Federal. Também foi decretado o afastamento de 13 funcionários públicos de seus cargos. Alguns estão detidos desde o dia 7 de abril, quando foi deflagrada a Operação Hygeia da Policia Federal, que teve o apoio da Controladoria Geral da União (CGU). O prejuízo aos cofres públicos é calculado em pelo menos R$ 51 milhões.

Entre os acusados que tiveram a prisão preventiva decretada estão o empresário Valdebran Padilha, conhecido como um dos "aloprados do PT" (acusado de comprar um dossiê contra tucanos na eleição de 2006); o diretor da Oscip Instituto Creatio, Ronilton Souza Carlos; o ex-presidente da Oscip Instituto Creatio Luciano Carvalho de Mesquita (foragido); o tesoureiro do diretório estadual do PMDB, Carlos Roberto Ribeiro de Miranda; o sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra, José Luis Gomes Bezerra; a presidente da Oscip Idheas, Maria Guimarães Bueno; o empresário Celino Henrique Lugon Fraga (foragido); e o advogado Ronildo Lopes do Nascimento (foragido).

Maria Guimarães Bueno, que estava foragida, foi presa nesta sexta-feira pela PF em Belo Horizonte (MG). Ela saía da casa de um conhecido quando foi detida pelos policiais usando um nome falso. Dentre os servidores que tiveram decretado o afastamento do cargo público está o coordenador regional da Funasa em Mato Grosso, Marco Antonio Stangherlin.

As investigações da PF identificaram a existência de três núcleos criminosos distintos e independentes - hierarquicamente estruturados - voltados ao desvio e apropriação de recursos públicos federais, que se comunicavam através de um núcleo empresarial comum, beneficiado direta e indiretamente dos recursos financeiros produzidos com a prática dos delitos.

O primeiro esquema, segundo a PF, desenvolveu-se no âmbito da Funasa-MT e envolveu benefícios em licitações e valores superfaturados. Ainda de acordo com a PF, a segunda fraude identificada estava relacionada à execução de obras de engenharia realizadas com recursos federais transferidos por meio de convênios a algumas prefeituras do interior do Estado de Mato Grosso.

O último esquema, segundo a Polícia Federal, tratava-se do uso de empresas travestidas de organizações do terceiro setor (ONGs) - que são contratadas por alguns municípios de Mato Grosso e Minas Gerais para gerir os programas de Saúde Indígena, Saúde da Família (PSF), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Unidades Municipais de Saúde (UMS).

Fonte: Especial para Terra
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