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Polícia

MST condena ação no Pinheirinho por PM 'educada pela ditadura'

23 jan 2012 - 18h06
(atualizado às 19h08)
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) condenou nesta segunda-feira a ação de reintegração de posse na noite de domingo na comunidade Pinheirinho, onde vivem cerca de seis mil pessoas, em São José dos Campos (SP). "O despejo dessas famílias é uma ação de guerra da Polícia Militar, que foi educada pela ditadura, e um exemplo a mais da postura do Estado frente às lutas do povo brasileiro", disse o MST em comunicado.

Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Foto: Mário Ângelo / Futura Press

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou hoje que um juiz acompanhou a ação policial e estudará se foram cometidos abusos ou excessos do uso de força. Diante da resistência dos habitantes da comunidade em sair do local, a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha na ação. Os moradores queimaram oito veículos e jogaram pedras nas forças de segurança.

A operação de retirada contou com a presença de dois mil policiais e terminou com 32 presos. A comunidade foi construída irregularmente há oito anos no terreno de uma fábrica abandonada. Cerca de 600 moradores do local tiveram que se mudar para um abrigo montado pela prefeitura de São José dos Campos ao lado do bairro.

Nesta segunda-feira, as autoridades fecharam as casas e etiquetaram os bens dos moradores para que os objetos sejam transportados para um depósito e, posteriormente, devolvidos aos seus donos. Em sua nota de repúdio ao ato, o MST disse que são "urgentes" reformas no sistema agrário e urbano para resolver o déficit de 5,5 milhões de casas em todo o Brasil.

EFE   
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