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Polícia

MS: PMs presos em GO são transferidos para presídio federal

16 fev 2011 - 23h26
(atualizado às 23h52)
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Ítalo Milhomem
Direto de Campo Grande

O Presídio Federal de Campo Grande recebeu na tarde desta quarta-feira 17 dos 19 policiais militares (PMs) de Goiás presos ontem durante operação da Polícia Federal (PF) que desarticulou um grupo de extermínio composto por agentes de segurança. Entre eles estão o ex-subcomandante da Polícia Militar do Estado, coronel Carlos Cézar Macário, o tenente-coronel Ricardo Rocha e o major Alessandri da Rocha Almeida.

Segundo a Polícia Federal a organização tinha como principal atividade a prática habitual de homicídios com a simulação de que os crimes foram praticados em confrontos com as vítimas. Calcula-se que o grupo matou entre 40 a 50 pessoas no Estado. "Há nos autos do inquérito, que corre sobre segredo de Justiça, crimes de 1996, mas a maioria é de oito anos para cá", afirmou o Superintendente Regional da PF, Carlos Antônio da Silva. Segundo a PF, alguns homicídios ocorriam durante o horário de serviço e com o uso clandestino de viaturas da PM. O grupo teria se especializado ainda na ocultação de cadáveres.

As investigações começaram quando o Ministério Público do Estado de Goiás pediu a entrada da PF em casos de desaparecimento de pessoas abordadas pela PM goiana. "Fizemos a solicitação no fim de dezembro de 2009, com base na lei 10.446/2002, que permite que investigação da PF quando se trata em crimes contra os direitos humanos", disse o procurador-geral de Justiça de Goiás, Eduardo Abdon Moura.

O caso mais recente foi o desaparecimento do motoboy, Adriano Souza Matos, 22 anos, em novembro do ano passado, e do amigo e vizinho dele, o estudante Bruno Elvis Lopes, 16 anos, no Setor Nova Vila, depois de uma a abordagem de uma viatura do Batalhão de Choque. Para Eduardo Abdon, é uma falácia dizer que os grupos de extermínio só mataram bandidos. "As pessoas que foram mortas estavam em lugar errado e na hora errada", afirmou.

Todos os presos são suspeitos de assassinato, ocultação de cadáveres e ameaças. O grupo atuava na capital de Goiás e em mais quatro municípios do Estado.

Fonte: Especial para Terra
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