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Polícia

MP denuncia assassino de cartunista por 4 crimes em GO

18 set 2014 - 06h38
(atualizado às 06h39)
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Foto: Polícia Militar / Divulgação

O Ministério Público de Goiás comunicou que denunciou na terça-feira Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, por quatro crimes cometidos no mês passado em Goiânia. O promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano, da 18ª Promotoria de Goiânia o denunciou pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), tentativa de latrocínio, receptação e porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada.

Cadu - assassino confesso  do cartunista Glauco e de seu filho Raoni -  foi preso em flagrante no dia 1º de setembro ao tentar fugir da polícia  e teve prisão preventiva decretada dois dias depois. A polícia civil goiana o indiciou há uma semana por tentativa de latrocínio contra o agente prisional Marcos Vinícius Lemes D’badia, 45 anos, no dia 28 de agosto. Cadu também foi indiciado por latrocínio cometido em 31 de agosto, no qual o estudante de Direito Matheus Pinheiro de Morais, 21 anos, morreu ao ter seu carro roubado. Os crimes aconteceram em um bairro da área nobre de Goiânia. Cadu responderá também por porte ilegal de arma de fogo e receptação de um Honda City, roubado no dia 9 de agosto.

Segundo a assessoria do Ministério Público de Goiás , o promotor Fernando Viggiano pediu, em documento  anexado à denúncia,  a quebra do sigilo telefônico do celular que estava em poder de Cadu. O objetivo seria prosseguir a investigação ao mapear as ligações efetuadas e recebidas no período entre 10 de agosto e 1º de setembro, para possível identificação das pessoas que o auxiliaram na prática dos crimes e confirmar a participação do acusado em quadrilha de furtos e roubos de veículos em Goiânia. Os roubos seriam encomendados por membros de quadrilhas que estão em presídios.

O promotor também pediu que fosse determinada à direção do Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional em Aparecida de Goiânia, onde Cadu está preso, a adoção de medidas para assegurar a sua integridade física e psicológica, preocupado com possíveis represálias de eventuais mandantes de crime ou cúmplices. Viggiano ainda avaliou que Cadu “é bastante consciente a respeito dos atos ilícitos que tem praticado, agindo com o mesmo 'modus operandi' e na companhia de outras pessoas”. 

Morte de cartunista

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada do dia 12 de março de 2010, com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Cadu confessou ter cometido os assassinatos e teria premeditado o crime, segundo o delegado Archimides Cassão Veras Júnior, de Osasco (SP), que investigou o caso. À polícia, o estudante contou que inicialmente pretendia sequestrar Glauco, mas como a ação deu errado decidiu matá-lo. A arma foi comprada dias antes, na periferia de São Paulo.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Fonte: Terra
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