MP de São Paulo denuncia manifestantes presos em protesto
A denúncia, oferecida à 10ª Vara Criminal de São Paulo, tem como base investigação feita pela Polícia Civil
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça na última sexta-feira o técnico de laboratório Fábio Hideki Harano e o professor Rafael Marques Lusvargh, presos em flagrante no dia 23 de junho, em São Paulo, durante protestos contra a realização da Copa do Mundo 2014.
Harano é funcionário da Universidade de São Paulo (USP) e foi denunciado pela prática dos crimes de incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. Se condenado por todos os crimes pelos quais foi denunciado, sua pena pode chegar a 13 anos de prisão, segundo o MP.
Já o professor Lusvargh foi denunciado pela prática dos crimes de incitação ao crime, associação criminosa armada, resistência e posse de artefato explosivo. A pena para esses crimes pode chegar a 14 anos e 6 meses de prisão.
A denúncia, oferecida à 10ª Vara Criminal de São Paulo, tem como base investigação feita pela Polícia Civil, que culminou com a prisão em flagrante dos dois homens, surpreendidos portando artefatos explosivos e liderando manifestantes no enfrentamento de policiais.
O MP aguarda a decisão sobre o recebimento da denúncia pela Justiça e o início da ação penal.
Manifestação na Praça Roosevelt
Hoje (12), às 17h, está prevista a manifestação “Grande formação de quadrilha pelos presos políticos” contra a prisão de Harano e Lusvargh, na praça Roosevelt, centro de São Paulo. Na página do evento no Facebook, 1,9 mil pessoas confirmaram presença.
Para os organizadores da manifestação, Harano e Lusvargh são presos políticos e a prisão foi feita por meio de flagrante forjado.
“Depois de um semestre atrás dos monstros Black Blocs sem qualquer resultado relevante (como se alguns jovens fossem o problema da segurança da cidade), a Secretaria de Segurança Pública do Sr. Fernando Grella resolveu inovar e prender arbitrariamente qualquer manifestante político. Essa linha nova, que pretendem aprofundar, visa manter toda a sociedade controlada pelo medo”, diz o texto publicado na rede social.