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Polícia

Movimento em bares e restaurantes do Rio cai 15% com ataques

25 nov 2010 - 22h23
(atualizado em 26/11/2010 às 00h20)
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De acordo com o Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro, houve uma redução de 15% no número de clientes na maior parte do comércio após a onda de ataques que atinge o Estado desde domingo. Segundo o sindicato, alguns establecimentos registrm até 20% de frequência abaixo do normal.

A estimativa para a noite desta quinta-feira, o dia mais violento desde o início dos ataques, é de uma queda de 30% no número de frequentadores. A situação é mais preocupante na zona norte, onde shoppings e outros centros gastronômicos fecharam as portas mais cedo.

A ação do crime organizado, que queima ônibus, vans de transporte de passageiros e carros de passeio desde domingo, fez com que a rotina do carioca mudasse completamente. As ruas da cidade estão praticamente desertas. Muitas empresas liberaram seus funcionários mais cedo e com a redução das linhas de ônibus em funcionamento, as pessoas estão encontrando dificuldade para chegar em casa.

Operação na Vila Cruzeiro

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e de delegacias especializadas da Polícia Civil que ocupam a Vila Cruzeiro, na Penha, encontraram fardas falsificadas do Bope no interior da comunidade. Em uma casa no alto da favela, a polícia apreendeu várias granadas e partes de armas desmontadas.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que as ações contra o crime organizado contarão a partir de sexta-feira com o reforço de 300 homens da Polícia Federal. Por causa dos ataques, a Viação Nossa Senhora da Penha, que atende aos moradores do bairro da Penha, decidiu retirar mais de 130 ônibus de circulação no fim da tarde, temendo novas ações de bandidos contra os veículos da empresa. Até esta quinta-feira, 32 pessoas foram mortas na onda de violência.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.

Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.

Na quarta-feira, com o policiamento reforçado e as operações nas favelas, 15 pessoas morreram em confronto com os agentes de segurança, 31 foram presas e dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se feriram, no dia mais violento até então. Entre as vítimas dos confrontos, está uma adolescente de 14 anos, que morreu após ser baleada nas costas. Além disso, 15 carros, duas vans, sete ônibus e um caminhão foram queimados no Estado.

Ainda na quarta-feira, o governo do Estado transferiu oito presidiários do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Eles são acusados de liderar a onda de ataques. Outra medida para tentar conter a violência foi anunciada pelo Ministério da Defesa: o Rio terá o apoio logístico da Marinha para reforçar as ações de combate aos criminosos. Até quarta-feira, 23 pessoas foram mortas, 159 foram presas ou detidas e 37 veículos foram incendiados no Estado

Agência Brasil Agência Brasil
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