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Polícia

Morte por R$ 7: acusados mudam depoimento e foragido é liberado

16 jul 2013 - 21h29
(atualizado às 21h31)
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Mário vivia em Campinas e estava visitando o litoral
Mário vivia em Campinas e estava visitando o litoral
Foto: Reprodução / Futura Press

A primeira audiência do caso do assassinato do universitário Mário dos Santos Sampaio, 22 anos, morto a facadas em dezembro na churrascaria Casa Grande, em Guarujá, cidade do litoral paulista, após discussão por uma diferença de R$ 7 no valor da conta, ganhou desdobramentos para o dia 15 de outubro, quando mais testemunhas serão ouvidas. Realizada no Fórum Cível e Criminal de Guarujá, a sessão teve como principais novidades a mudança de depoimentos de dois réus e a aparição do garçom Robinson de Jesus Lima, 44 anos, foragido desde então, mas que responderá em liberdade.

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"O Robinson, por ter vindo espontaneamente, o juiz concedeu a soltura. A gente não pode concordar com isso, porque ele foi um foragido", disse Antônio Gonzales dos Santos Filho, advogado da família da vítima. Robinson apareceu no fórum acompanhado de uma advogada.

Na época do crime, a polícia prendeu preventivamente o proprietário José Adão Pereira, 55 anos, e Diego Souza Passos, 23 anos, filho de Adão, e tentava encontrar o funcionário, que trabalhava na churrascaria e teria ajudado a segurar a vítima durante o esfaqueamento.

Ao todo, 11 testemunhas, tanto de acusação quanto de defesa, foram intimadas a depor, mas quatro ainda não foram chamados. Existe a probabilidade de audiências acontecerem em Campinas, São Paulo e Sorocaba.

"Essa foi a primeira audiência, começamos ouvindo algumas testemunhas, mas a defesa dos acusados mudou a ordem. Pediram para que antes de ouvirmos as testemunhas, os três réus prestassem os seus depoimentos. O que nos surpreendeu é que a versão da legítima defesa, por eles próprios, foi negada. Hoje, o seu José Adão foi quem deu a facada, não mais foi defender o filho. Eles, estranhamente, não alegaram legítima defesa. Hoje a tese que defendem é de que quem cometeu o homicídio foi o José Adão e que o Diego não teve quase nenhuma participação", afirmou o advogado da família do universitário.

Além do homicídio doloso, o dono do restaurante e seu filho são acusados de ocultação de provas porque, segundo a polícia, sumiram com imagens de segurança do estabelecimento.

Universitário é morto por R$ 7 em churrascaria

Mario dos Santos Sampaio foi sepultado no início de janeiro no Cemitério da Saudade, em Campinas. A vítima foi morta com duas facadas no restaurante Casa Grande, no Guarujá. Estudante de Administração e morador de Campinas, ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a namorada de Mário Sampaio e dois amigos, que afirmaram ter presenciado o crime, a agressão ocorreu por causa da diferença de R$ 7 no preço da refeição. O publicitário Rauany Neves Farias disse que o valor da refeição divulgado pelo estabelecimento era R$ 12,99, mas na hora de pagar a conta foi cobrado R$ 19,99.

Segundo ele, o universitário ficou indignado com a alteração do valor da comida - ele relatou que quando todos chegaram, o preço estampado nas placas fixadas fora e dentro do restaurante era R$ 12,99, mas foi alterado durante a refeição. Farias contou que Sampaio reclamou da mudança de preço e por causa disso houve uma discussão com o caixa, que chamou o gerente. Os amigos do universitário contaram à polícia que o filho do dono do restaurante ameaçou o grupo, dizendo que a questão seria "resolvida do lado de fora" do estabelecimento.

No decorrer das investigações, a polícia divulgou gravação em que Sampaio registrava ocorrência reclamando, justamente, da mudança de preço e das ameaças dos proprietários. A gravação foi interrompida bruscamente após barulhos não identificados.

Fonte: Especial para Terra
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