Maré: PM do Rio tenta evitar erros cometidos no Alemão
Porta-Voz da corporação adiantou que UPP da área ocupada pela PM deve sair do papal em janeiro de 2016
A Polícia Militar vai tentar não repetir no Complexo da Maré, onde começou a substituir as Forças de Pacificação do Exército na noite desta quinta-feira, os erros cometidos na ocupação do Complexo do Alemão. O porta-voz da PM, Coronel Frederico Caldas estabeleceu dois pontos principais: a construção de bases definitivas e o respeito aos moradores: “Bases para segurança dos policiais e para que o morador saiba que o processo é irreversível; depois, o mais relevante que é a aproximação da comunidade”, disse Caldas.
Essa aproximação, de acordo com Caldas, vem sendo feita há dois anos em conjunto com o exército, o que vai facilitar, segundo ele, o processo iniciado na noite de quinta-feira. “Além disso a Maré vem recebendo investimentos dos três âmbitos de Governo e por isso nossa expectativa para o sucesso da operação é positiva”, afirmou. “Esta semana mesmo tivemos várias reuniões com os moradores”, confirmou.
Depois de começar a substituir o exército nas favelas Nova Holanda, Parque União, Rubens Paiva e Nova Maré com homens, blindados e serviço de inteligência, a previsão é que ainda nesta sexta-feira as forças especiais da polícia comecem o trabalho de varredura das comunidades em busca de armas, drogas e de traficantes com mandado de prisão expedido: “Não vamos revelar o momento da entrada das Operações Especiais, por questão estratégica, mas nas próximas horas isso vai começar. A PM dá um recado para a sociedade que o processo avança, não há recuo. Se houver marginais ou atividade criminosa, vão ser reprimidos”, afirmou.
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Caldas confirmou ainda para a próxima semana a chegada de 115 homens que vão implantar a UPP da Praia de Ramos e Roquette Pinto e que no máximo até março de 2016 todas as 14 comunidades da Maré vão ter sua UPP. “Sabemos bem que o trabalho entre ocupação e instalação da UPP varia de comunidade para comunidade. Na Rocinha, por exemplo, a ocupação foi em novembro de 2011 e a UPP em setembro do ano seguinte, para garantir aos policiais maior integridade. A partir de janeiro de 2016 é possível já tenhamos a primeira UPP nessa parte que ainda será ocupada e até março todas as UPPs estejam em funcionamento”, adiantou.
Estratégica em localização por estar margeando vias importantes da cidade como Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela, o Complexo da Maré tem dificuldades de ocupação semelhantes ao do Complexo do Alemão. Lá as UPPs foram implantadas em estruturas provisórias, o processo sofreu grande desgaste e está tendo que ser reestruturado com apoio do Batalhão de Choque e do Bope. “No Alemão a ocupação foi quase uma guerra. Aqui foi bem diferente, mas a operação também é complexa”, admitiu Frederico Caldas.
Outra semelhança entre Maré e Alemão destacadas Caldas é pela presença de diferentes facções criminosas. As quatro comunidades ocupadas pertencem à maior facção que atua no Rio. As outras dez a outra facção. No Alemão o território também era dividido por facções rivais: “Há um histórico de enfrentamento, mas essa é uma zona que passa por um momento de estabilidade pelo trabalho do Exército. Tivemos uma madrugada tranquila sem qualquer registro de incidente e agora se trabalha com procedimentos de rotina até a chegada das forças de operações especiais”, disse. A região é considerada estratégica por ser próximo ao Aeroporto Internacional do Galeão, local de chegada de atletas, dirigentes e torcedores para os Jogos Olímpicos de 2016.
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