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Polícia

Mãe reconhece suicídio de filho gay: 'foi um choque'

Advogado diz que família quer se retratar e confirma suicídio de adolescente

21 jan 2014 - 14h41
(atualizado às 18h14)
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<p>O jovem foi encontrado morto no centro de São Paulo</p>
O jovem foi encontrado morto no centro de São Paulo
Foto: Reprodução

A mãe do adolescente Kaique Augusto dos Santos, 17 anos - encontrado morto no último dia 11, na avenida Nove de Julho, em São Paulo -, Isabel Cristina Batista, e o advogado que a representa, Ademar Gomes, afirmaram nesta terça-feira, em entrevista coletiva, que não contestarão a conclusão da polícia de que o jovem se suicidou e não foi vítima de um homicídio. 

"Queremos nos retratar. Se em algum momento foi dito que foi homicídio por parte dos skinheads, pedimos desculpas. Não tem nenhum grupo envolvido, o que houve é que ele se suicidou”, afirmou Gomes. "Eles (policiais) chegaram a uma conclusão que não vamos contestar. Houve suicídio e não homicídio, como havia sido dito. A dona Isabel (mãe do adolescente) não se conformava com suicídio, simplesmente porque o corpo estava no chão e a polícia levou para o IML (Instituto Médico Legal). Eles não tiveram qualquer esclarecimento do IML, que não deu informações a ela.”

Registrado pela polícia como suicídio, o caso gerou polêmica após familiares e amigos de Kaique afirmarem que ele foi agredido e morto, por conta da forma como seu corpo foi encontrado. A tese de que o jovem se matou, porém, voltou a ser considerada depois que a polícia localizou mensagens de despedida do adolescente em um diário escrito por ele. "Eu não li o diário realmente, mas meu advogado disse e me passou tudo. Foi suicídio", afirmou Isabel. 

Apesar dos textos no diário, a mãe do garoto afirmou que ele não havia demonstrado depressão e nem tentado se matar anteriormente. "Está sendo muito difícil. Péssimo. Porque eu não tinha conhecimento dessa depressão dele. A reação dele dentro de casa não era o que ele escrevia. Nunca rejeitei meu filho. Trabalho com muitos homossexuais e nunca impediria isso (fato de ser homossexual). Nunca tive preconceito sobre isso. A família também não tinha preconceito. Acredito muito no trabalho da polícia e estou convicta de que houve suicídio”, afirmou a mãe do adolescente. 

“Pelo que ouvi dizer é que ele se sentia muito sozinho. Eu tinha um problema financeiro em casa e por isso morava com amigos, mas ele iria voltar para casa em breve. Talvez tenha sido esse período que se sentiu sozinho, mas não tinha conhecimento disso. Só soube pelo diário porque em casa ele era pura alegria, só dançava e cantava. Para mim está sendo um choque. Essa é a realidade", disse Isabel.

Fonte: Terra
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