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Polícia

Legista mostra fotos do corpo de Isabella; avó deixa sala

23 mar 2010 - 16h13
(atualizado às 19h31)
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Fabiana Leal e Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Em seu depoimento de três horas no julgamento de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, nesta terça-feira, no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, o médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves exibiu aos jurados fotos do corpo de Isabella. A avó materna da menina, Rosa de Oliveira, deixou a sala para não ver as imagens.

Mãe e madrasta discutiram após morte de Isabella:

Testemunha compartilhada pela acusação e pele defesa, Alves foi o segundo a prestar depoimento nesta terça-feira. Ele trabalha no Instituto Médico Legal de São Paulo e analisou o corpo da menina, morta em março de 2008. A oitiva, iniciada às 15h45, encerrou às 18h45.

Para comprovar que a menina se mordeu ao ser esganada, o médico legista mostrou imagens da parte interna da bochecha e afirmou que, com a ajuda de dados que constam nos autos desde 2008, seria "impossível" que os ferimentos da esganadura fossem posteriores à queda do edifício.

Alves descartou também que fossem resultado do trabalho de reanimação da menina e reafirmou que a morte de Isabella foi causada por uma soma de fatores que envolvem a esganadura e a queda do sexto andar.

Questionado pelo promotor Francisco Cembranelli sobre o perito Jorge Sanguinetti, que contestou o laudo do Instituto Médico Legal Paulista realizando um trabalho alternativo com fotos, Tieppo afirmou que fotos podem ajudar, mas "nada substitui o exame do cadáver".

Segundo dia

O segundo dia do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá recomeçou às 10h05 desta terça-feira, mais de uma hora depois do horário previsto. O atraso foi causado pela montagem de duas maquetes do edifício London, local da morte de Isabella, e pelo ajuste no som do Fórum de Santana, um dia depois de reclamações durante o depoimento de Ana Carolina Oliveira, mãe da vítima, na segunda-feira.

Testemunha compartilhada entre defesa e acusação, a delegada Renata descartou em seu depoimento a presença de uma terceira pessoa na cena do crime e disse ter 100% de certeza da culpa do casal Nardoni. A delegada disse que pelo menos três denúncias anônimas sobre a participação de um terceiro foram investigadas quando Alexandre e Anna Carolina já estavam presos. No entanto, todas se revelaram trotes.

No relato, acompanhado pelo casal Nardoni, Renata confirmou informações divulgadas na época do inquérito, como a presença de sangue na entrada do apartamento e carro da família, principalmente na parte traseira, onde a vítima costumava se sentar.

O caso

O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá começou em 22 de março e deve durar cinco dias. O júri popular ouve 16 testemunhas , sendo 11 arroladas pela defesa, três compartilhadas entre advogados do casal e acusação e duas do Ministério Público. Seis foram dispensadas pela defesa ainda no primeiro dia e uma, pela acusação.

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai e a madrasta, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

Fonte: Redação Terra
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