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Polícia

Justiça solta a 'xerifa da Rocinha', mulher do traficante Nem

6 mar 2012 - 18h17
(atualizado às 18h23)
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A justiça do Rio de Janeiro mandou soltar, no dia 1º de março, Danúbia de Souza Rangel, namorada do traficante Antonio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico de drogas na Rocinha, no Rio de Janeiro. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), não ficou comprovada a participação da "xerifa" da Rocinha no comércio de drogas na comunidade.A decisão foi tomada pelo Juíz Marcello de Sá Baptista, da 14º Vara Criminal do Rio. Agora, O Ministério Público, autor da denúncia, deverá recorrer da decisão.

Danúbia foi presa em novembro de 2011, durante a ocupação da Rocinha
Danúbia foi presa em novembro de 2011, durante a ocupação da Rocinha
Foto: MB / Reprodução / Futura Press

Prisão da Xerifa da Rocinha

Conhecida como Xerifa nos becos e vielas da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, a mulher do traficante Nem foi encontrada por agentes do batalhão de Operações Especiais na tarde do dia 12 de novembro de 2011.

Segundo policiais que participaram da prisão, Danúbia estava em um salão de beleza quando foi abordada. Apesar de não haver mandado de prisão vigente contra ela, os agentes a conduziriam para prestar esclarecimentos na delegacia.

Nem e a tomada da Rocinha

O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Fonte: Terra
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