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Polícia

Justiça condena Rio a pagar R$ 100 mil a vítima de Realengo

1 ago 2014 - 11h31
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) condenou a prefeitura do Rio a indenizar em R$ 100 mil um aluno sobrevivente do massacre da escola Tasso da Silveira, em Realengo, em abril de 2011. De acordo com a decisão do juiz Luiz Fernando de Andrade Pinto, da 15ª Vara da Fazenda da capital, a criança sofreu danos psicológicos por ver seus colegas próximos serem mortos. Na tragédia, 12 estudantes foram mortos e 13 ficaram feridos.

"Presenciar uma chacina na escola em que se estuda extrapola, em muito, o mero aborrecimento. Ainda mais quando ressoa o desamparo de segurança, como na espécie, o aluno sofre a profunda angústia de ser exposto à sua morte ao mesmo tempo em que vivencia a morte de seus colegas próximos", afirma o magistrado.

De acordo com a sentença, "o município tem dever de guarda e vigilância, sendo responsável pelo estabelecimento escolar que, por sua vez, deve velar por seus alunos". Segundo o TJ-RJ, a prefeitura do Rio ainda não informou se vai recorrer da decisão.

Tragédia em Realengo

Um homem matou 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril de 2011. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 13 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta encontrada com ele, Wellington pediu perdão a Deus e deixou instruções para o próprio enterro - entre elas que nenhuma pessoa "impura" tocasse seu corpo.

Dias depois, a polícia divulgou fotos e vídeos em que o atirador aparece se preparando para o ataque durante meses. Em um deles, Wellington justificou o massacre por ter sido vítima de "bullying" praticado por "cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem". Na casa dele, foram encontradas diversas anotações que mostraram uma fixação pelos ataques de 11 de setembro de 2001. O atirador acabou enterrado como indigente 15 dias após o massacre, já que nenhum familiar foi ao Instituto Médico Legal (IML) liberar o corpo.

Fonte: Terra
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