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Polícia

Juíza não vê erro ao soltar Cadu e diz ter tomado precauções

Assassino do cartunista Glauco foi preso por suspeita de latrocínio; ele foi solto em 2013 após internações em hospitais psiquiátricos

2 set 2014 - 19h27
(atualizado às 20h33)
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Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, sorri na cela após ser preso, em 2010
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, sorri na cela após ser preso, em 2010
Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo / Futura Press

A juíza Telma Aparecida Alves, da 4ª Vara de Execuções de Goiânia, disse nesta terça-feira que tomou "todas as precauções" jurídicas antes de libertar, no ano passado, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29 anos, conhecido como Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni. Cadu foi preso novamente ontem em Goiânia, suspeito de participação em dois crimes: latrocínio (roubo seguido de morte) e tentativa de latrocínio.

Após ser considerado inimputável (incapaz de responder pelos próprios atos e impedido de responder na Justiça comum) no caso do duplo homicídio cometido em São Paulo, Cadu teve que cumprir medida de segurança e foi internado em uma clínica em Goiânia. Ele foi para Goiás a pedido do pai, que reside na capital do Estado.

De acordo com a juíza, foram laudos psiquiátricos – incluindo um feito por uma junta médica do Tribunal de Justiça - que basearam a sua decisão, já que os exames asseguravam que Cadu não oferecia risco e não necessitava de internação. “Tomei todas as precauções que estavam ao meu alcance”, afirmou a juíza em entrevista coletiva, acrescentando que não acha que houve erro nos laudos.

A magistrada disse ainda que Cadu estava sendo acompanhado pela Justiça por meio do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), mesmo após ser liberado da medida de segurança que cumpria. Segundo a juíza, Cadu era acompanhado mensalmente por psiquiatra e continuava seu  tratamento em casa e na rede pública de saúde.

O último laudo, recebido no mês de julho, atestava que a esquizofrenia de Cadu estava controlada, sem alteração. Ele fazia faculdade de psicologia e chegou a trabalhar no call center de uma empresa de telefonia, até ser demitido. A família declarava que ele estava em casa todos os dias à noite. “A vida dele estava controlada”, definiu a juíza. “Há dois anos o Cadu não tinha uma passagem, nada. O que o levou a fazer isso? Para isso não tenho resposta”, continuou. “O Judiciário toma atitudes de acordo com a legislação que nos é infligida. Não somos nós que fazemos as leis.”

Segundo a juíza, com a nova prisão, Cadu deve ser indiciado agora como criminoso comum, mas o juiz designado para o caso deve solicitar novo laudo psiquiátrico. “Se por acaso o laudo atestar que, naquele momento da conduta, ele tinha condição de perceber o que estava fazendo, o juiz pode vir a condená-lo. Se ficar atestado que naquele momento estava com algum distúrbio mental que o impossibilitou, possivelmente será aplicada a medida de segurança novamente, e poderá ficar internado até três anos”, encerrou.  

Fonte: Terra
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