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Polícia

Jovem atingido por cinzeiro em protesto no Rio é detido por porte de maconha

17 jul 2013 - 10h09
(atualizado às 10h10)
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Ruan foi agredido com um cinzeiro na testa enquanto participava de protesto e levou seis pontos
Ruan foi agredido com um cinzeiro na testa enquanto participava de protesto e levou seis pontos
Foto: Daniel Ramalho / Terra

O estudante de modelagem Ruan Martins do Nascimento, 24 anos, atingido no sábado por um cinzeiro enquanto participava de protesto durante o casamento da neta do empresário Jacob Barata, conhecido no Rio de Janeiro como o "Rei do Ônibus", foi detido na terça-feira por porte de maconha. O jovem foi abordado por policiais do 5º BPM que realizavam patrulhamento no bairro Santa Teresa e verificaram "uma pequena quantidade de maconha no bolso de Ruan".  

Segundo a assessoria da Polícia Civil, os PMs fizeram a abordagem depois de desconfiar de um grupo de quatro rapazes sentados em uma escadaria, na rua Carlos Brant. Encaminhado à delegacia, o jovem foi enquadrado por porte de droga para consumo próprio. 

A advogada de Ruan, Eloisa Samy, disse que ele está tranquilo e foi abordado em uma ação de rotina. "Falei com Ruan ontem na delegacia. Ele estava absolutamente tranquilo e contou que estava conversando com amigos durante uma visita ao irmão em Santa Teresa quando foi abordado por PMs. Em uma revista pessoal, que ele permitiu, escontraram no fundo do bolso da bermuda uma bituca de maconha. Ele me falou que era antiga, que estava manchada e nem se lembrava mais, mas foi levado para a delegacia. Lá o delegado viu que não era nada demais", explicou. O jovem assinou termo circunstanciado e vai responder, em liberdade, no Juizado Especial Criminal (Jecrim). 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 

 

Fonte: Terra
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