PUBLICIDADE

Polícia

Jogar 25 kg pela janela marcou roupa de Nardoni, diz perita

24 mar 2010 - 14h18
(atualizado às 16h32)
Compartilhar
João Baxega
Direto de São Paulo

A perita Rosangela Monteiro, do Instituto de Criminalística, última testemunha compartilhada entre defesa e acusação do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, réus pela morte da menina Isabella Nardoni, afirmou que as marcas presentes na camiseta do réu Nardoni só poderiam ter sido produzidas pelo ato de carregar um peso de 25 kg até a janela, se debruçar na grade de proteção e atirá-lo.

Anna Jatobá e Alexandre chegam ao Fórum de Santana:

Para chegar a esta conclusão sobre a marca na camiseta, a mesma tela do apartamento foi levada para o laboratório, instalada em uma moldura da mesma altura e dimensões que a janela e os testes foram realizados com um homem com o mesmo porte físico de Alexandre Nardoni.

O padrão de marcas iguais só apareceram no quarto teste feito, ou seja, no teste em que o modelo arremessa o peso de 25 kg, apenas com os dois braços para fora do furo da rede. As marcas da tela estão do lado externo das mangas da camiseta.

Segundo a perita criminal, a principal prova de que foi Alexandre Nardoni que jogou a filha pela janela é a marca da rede na camiseta dele. "Foi o Alexandre que defenestrou a vítima. Foi ele", afirmou.

Ela disse ainda que uma roupa recolhida no apartamento em frente à residência dos Nardoni tinha manchas de sangue, mas que, segundo exames não eram de Nardoni e nem de Isabella.

Além disso, havia no apartamento do casal uma fralda com sangue dentro de um balde. Foi constatada a presença de sangue de Isabella no lençol e na tela de proteção.

O caso

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias. Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro. Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois sejam condenados.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade