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Polícia

Homem que atropelou e matou jovem em protesto de Ribeirão Preto é preso

18 jul 2013 - 15h05
(atualizado às 15h11)
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Delefrate morreu atropelado quando uma caminhonete avançou e atingiu 12 pessoas durante manifestação
Delefrate morreu atropelado quando uma caminhonete avançou e atingiu 12 pessoas durante manifestação
Foto: Reprodução

Foi preso, na manhã desta quinta-feira, na cidade de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, indiciado por atropelar e matar um estudante durante uma manifestação em Ribeirão Preto, no dia 20 de junho. Segundo informações da Polícia Civil, ele estava escondido em uma chácara utilizada para a recuperação de dependentes químicos.

A prisão aconteceu após uma denúncia, que chegou à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto. Em uma operação conjunta com a polícia de Bragança Paulista, agentes da DIG localizaram Alexsandro, que foi detido por volta das 9h, sem esboçar nenhuma reação.

Um carro importado, utilizado por Azevedo, também foi apreendido. O veículo não é o mesmo utilizado no dia do crime, uma Land Rover que já estava sob o poder da polícia.

O empresário é aguardado na Seccional de Ribeirão Preto. Não há informações de qual será o destino do motorista, que deverá prestar novo depoimento ainda hoje.

Atropelamento

O estudante Marcos Delefrate, 18 anos, foi atropelado durante manifestação na noite do dia 20 de junho. Segundo a Polícia Militar (PM), o protesto reuniu 20 mil pessoas na cidade, que tem mais de 600 mil habitantes.

Jovem morre atropelado em protesto em Ribeirão Preto:
Além de Marcos, foram atropelados 12 manifestantes, dos quais quatro ficaram feridos. O delegado titular da DIG, Paulo Henrique Martins de Castro, disse que o empresário dirigia o automóvel Land Rover, de cor preta, que avançou contra a multidão de manifestantes no cruzamento das avenidas João Fiúza e Adolfo Molina.

Castro informou que o veículo está em nome de uma empresa e foi localizado na casa de Alexsandro. A identificação do acusado foi feita por meio de imagens e testemunhas. Alexsandro foi acusado de tentativa de homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e homicídio doloso pela morte de Marcos Delefrate.

Polícia Militar divulgou, ainda, um vídeo em que é possível ver o motorista discutindo com alguns ativistas, que revidaram com pancadas na lataria do carro. Após isso, o carro avançou sobre os manifestantes. O empresário fugiu sem prestar socorro.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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