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Polícia

Governadora vira alvo de protesto por segurança no Maranhão

10 jan 2014 - 21h54
(atualizado às 22h05)
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O movimento saiu da praça Deodoro, no centro da cidade, até a praça Dom Pedro II, onde fica o Palácio dos Leões, sede do poder Executivo estadual
O movimento saiu da praça Deodoro, no centro da cidade, até a praça Dom Pedro II, onde fica o Palácio dos Leões, sede do poder Executivo estadual
Foto: Clodoaldo Corrêa / Especial para Terra

Cerca de 500 pessoas foram às ruas da capital maranhense nesta sexta-feira para cobrar do poder público melhoria no sistema de segurança e na prestação de serviços. O movimento saiu da praça Deodoro, no centro da cidade, até a praça Dom Pedro II, onde fica o Palácio dos Leões, sede do poder Executivo estadual. Uma forte barreira policial conteve a manifestação e como é de praxe durante manifestações, todas as entradas da praça foram cercadas com gradeado e os manifestantes não conseguiram se aproximar da frente do palácio.  

“Não podemos aceitar que a população não possa pegar ônibus porque não sabe se vai ser queimado dentro do ônibus. A solução é comprar carro? Não tem que ser. O poder público é que deve dar segurança para a população. Não podemos aceitar o que está acontecendo como normal”, afirmou o estudante Marcos Garcia, 27 anos.

Desde as 16h, um pequeno grupo começou a organizar a manifestação em frente à biblioteca pública Benedito Leite. No começo, apenas um pequeno grupo pintava os cartazes e fazia barulho em cima de um carro de som. O estudante Diegon Viana, 23 anos, que faz parte do grupo Acorda Maranhão, afirmou que o grupo não tem lideranças consolidadas para evitar politização. Ele afirma que a reivindicação é para que todo o serviço público no Maranhão. “Não temos segurança. Mas também não temos educação, saúde de qualidade.  Nosso grito é pela falência do serviço público no Maranhão”, pontuou.

O movimento não era composto apenas por estudantes. O mecânico Rogério Teixeira, 34 anos, também protestou afirmando que se colocava no lugar de um pai que teve que enterrar a filha com 6 anos idade, lembrando o caso da menina Ana Clara, que não resistiu aos ferimentos após ter 95% do corpo queimado e faleceu na última segunda-feira (6). “Ninguém aguenta mais essa violência no nosso Estado. Um pai de família vê a mulher está entre a vida e a morte. A filha morre dessa forma brutal. Queremos mudança”, lamentou. 

Muitas faixas contra a governadora Roseana Sarney (PMDB) foram pintadas pelos manifestantes. Em uma, lembrou uma fala da governadora que disse que a onda de violência acontece porque o Estado está mais rico. “Piada do ano: ‘o Maranhão está mais violento porque está mais rico’. Fora Roseana Sarney”. Em outra dizia que a manifestação era “homenagem a Ana Clara, Márcio Nunes, policiais mortos e todas as vítimas da violência no Maranhão”. 

A carreata saiu aos gritos de “Sarney, ladrão, devolve o Maranhão”. Barrada pelas grades que cercaram a Praça Dom Pedro II, a manifestação ficou bloqueada e os manifestantes se dispersaram por volta das 20h (horário local). 

No dia 3 de janeiro, quatro ônibus foram incendiados, uma delegacia metralhada, um policial morto e quatro pessoas sofreram queimaduras. A menina Ana Clara não resistiu e morreu na última segunda-feira (6). A mãe, Juliane Carvalho Santos, 22 anos, com 40% do corpo queimado, foi transferida na noite de quinta-feira do Hospital Geral Tarquínio Lopes, em São Luís, para a Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília.

Márcio da Cruz, 37 anos, com 72% do corpo queimado, foi transferido para o Hospital Geral Doutor Alberto Rassi, em Goiânia (GO). Abyancy Silva Santos, 35 anos, com 10% do corpo queimado, permanece no hospital Geral, em São Luís, mas deve receber alta neste sábado.

Comitê gestor  

Foi realizada nesta sexta-feira, a primeira reunião do Comitê de Ações Integradas criado para definir as medidas para solucionar os problemas carcerários do Estado.

Participaram da reunião a governadora Roseana Sarney, representantes do poder Legislativo, Judiciário, e também das polícias Civil e Militar, Ministério Público do Maranhão (MP-MA), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Segurança Pública e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre outros.

Na reunião, foram traçadas metas, tarefas e datas para o cumprimento das ações que estão previstas no conselho. Foram criadas equipes de trabalho para que cada ação seja acompanhada detalhadamente. 

Fonte: Especial para Terra
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