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Polícia

GO: hipermercado moía carne estragada e alterava a validade

14 abr 2010 - 14h10
(atualizado às 15h23)
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Márcio Leijoto
Direto de Goiânia

Mais de duas toneladas de alimentos vencidos e adulterados que eram comercializados na unidade do Carrefour no Setor Sudoeste, em Goiânia, foram apreendidos na manhã desta quarta-feira após flagrante de fraude feito por agentes da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon). Três gerentes do hipermercado foram presos e vão responder pelo crime de adulteração de produtos alimentícios, previsto no artigo 273 do Código Penal.

De acordo com o delegado Edemundo Dias, titular da Decon, produtos como carnes, frios e ingredientes de pizza eram maquiados de forma que o cliente não percebesse que estavam estragados. A carne, por exemplo, era moída. Queijos e tomates-secos eram colocados em pizzas semiprontas. Sempre com nova data de validade, geralmente com mais dois dias de prazo.A adulteração era feita de madrugada, entre 5h30 e 6h30, segundo a polícia. Quando os agentes da Decon chegaram ao estabelecimento, por volta das 6h desta quarta, teriam encontrado os funcionários no início do processo.

"É uma prática altamente dolosa, que colocava em risco a saúde e a vida dos clientes. Eles agiam de forma intencional. Vender produto vencido é uma prática errada, mas comum por aí, mas neste caso nos chamou a atenção que eles adulteravam os produtos, sabiam que estava vencido e maquiavam", afirmou o delegado.

As investigações começaram há quatro meses, após denúncia. Foram tomados alguns depoimentos e a polícia conseguiu coletar imagens que comprovavam a venda de produtos fora do prazo. "A denúncia inicial era a respeito da carne, mas depois descobrimos que haviam outros produtos sendo adulterados", disse Dias.

Foram presos o gerente geral da loja, o do plantão da madrugada e o responsável pela área de açougue e frigorífico, que foram interditados. O artigo 273 do Código Penal prevê pena de até quatro anos de reclusão. "Vamos continuar investigando para saber se essa prática foi algo isolado naquela unidade ou é algo padronizado na rede", afirmou o delegado.

Além da ação penal, o hipermercado deve receber uma multa que pode chegar a R$ 3 milhões. O material apreendido será encaminhado para incineração. Participaram da operação agentes do Procon e da Vigilância Sanitária municipais e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

Dias diz que o consumidor deve ter atenção redobrada para produtos que são embalados no estabelecimento ou fracionados. A carne, por exemplo, deve ser moída na frente do cliente.

Por meio de nota, o Carrefour informou que se trata de um episódio isolado que será rigorosamente investigado. "Não condiz com o padrão de qualidade estabelecido pela empresa. A empresa informa ainda que mantém rígido controle dos produtos oferecidos em suas gôndolas, a partir de processos de verificação e supervisão, seguindo de maneira estrita os seus manuais de formação e produção e as normas do Código de Defesa do Consumidor", afirmou em nota a companhia.

Fonte: Especial para Terra
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