PUBLICIDADE

Polícia

Glauco parecia ser ficcional, diz ministro da Cultura

12 mar 2010 - 18h39
(atualizado às 20h43)
Compartilhar

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, divulgou nota de pesar pelo assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e de seu filho Raoni Villas Boas, em Osaco (SP), na madrugada desta sexta-feira. Para ele, o artista tinha tantas qualidades a ponto de parecer ficcional. O suspeito do crime, Carlos Eduardo Soundfeld, continua foragido, segundo informou a Polícia Civil.

O cartunista Glauco Villas Boas, em foto de 2002
O cartunista Glauco Villas Boas, em foto de 2002
Foto: Raphael Falavigna / Divulgação

"Glauco encarnava uma soma de qualidades tão rara a ponto de parecer ficcional: o anarquismo explosivo que marcava os personagens - desenhados num cubismo aparentemente simples; a doçura no trato com as pessoas; e a condição de fundador de uma igreja do Santo Daime", disse o ministro.

De acordo com Ferreira, o cartunista renovou os quadrinhos ao dar novo peso à dimensão do comportamento numa época em que temática política reinava quase absoluta. "Os personagens de Glauco se tornaram como que nossos conhecidos, com os quais tínhamos necessidade absoluta de conviver diariamente", afirmou.

Entenda o caso

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira (12), com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
Publicidade