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Polícia

Fuga para o Paraguai foi ideia da mulher, diz Abdelmassih

Ex-médico disse que pensava em se entregar, mas mulher o persuadiu a fugir

21 ago 2014 - 08h28
(atualizado às 08h32)
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<p>Ex-médico Roger Abdelmassih alega falta de provas para a sua prisão no Paraguai pela Polícia Federal</p>
Ex-médico Roger Abdelmassih alega falta de provas para a sua prisão no Paraguai pela Polícia Federal
Foto: IstoÉ

O ex-médico Roger Abdelmassih indicou sua mulher, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, como articuladora de sua fuga para o Paraguai, há três anos e meio, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo. Abdelmassih disse que foi “condenado escandalosamente” e sem provas, durante conversa na quarta-feira no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ele foi condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros contra 37 vítimas.

“Eu achava melhor me entregar. Minha mulher disse: ‘Não, vamos embora’. Aí, falei com minha irmã que tem um haras em Presidente Prudente [no interior de São Paulo]. Fomos para lá. De lá fomos para o Paraguai”, disse o ex-médico.

De acordo com ele, sua intenção não era sair do Brasil. “Eles (a Justiça e o Ministério Público) achavam que eu ia fugir, mas eu não ia. Ia passear”, disse. “Sabe por que eu fui tirar passaporte? Porque o meu passaporte tinha dois meses para vencer. O Juca (criminalista José Luis Oliveira Lima, que defende Abdelmassih) falou assim: ‘Tem lugar que você não vai conseguir usar passaporte com dois meses’.”

Em seguida, o Abdelmassih contou que procurou o criminalista Márcio Thomaz Bastos, que teria dito que não poderia ajudá-lo. “Vai lá na Polícia Federal, e tira logo (o passaporte)”, teria dito Bastos ao ex-médico.

“Quando fui buscar (o passaporte), a juíza mandou eu entregar. Aí, os advogados começaram a ver o que queriam: ‘Ah, pode dar prisão’. Aí, a juíza substituta Jaqueline disse para o Juca: ‘Fala para o seu cliente que não vou prender. Fala para ele ficar tranquilo’. Eu disse: Então, tá! Vamos para Avaré’”, contou.

A policiais, Abdelmassih disse que, na época da fuga, estava tranquilo. “Aí, pum, me avisaram (da prisão) no meio do caminho. O Márcio falou: ‘Eu acho melhor se entregar’. Minha mulher falou: ‘Não, vamos embora!’.”

Paraguai

O ex-médico contou que ficou três anos e meio no Paraguai. “Assunção é uma cidade boa, barata, de gente simples. Gostam dos brasileiros", disse. 

Abdelmassih foi capturado na capital paraguaia na terça-feira. Ele disse que só está preso porque pediu a renovação de seu passaporte em 2011. O ex-médico, um dos maiores especialistas em fertilização in vitro do Brasil, foi condenado em novembro de 2010 e recorria em liberdade.

Comparando o seu caso ao do mensalão, ele disse que merece ficar em liberdade. "Se o (José) Genoino pode sair (da cadeia) por causa do problema (de saúde) dele, eu posso também. Eu tenho uma prótese. Isso é muito pior."

Fonte: Terra
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