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Polícia

Foragidos há 15 dias, policiais do Denarc se entregam em SP

30 jul 2013 - 15h01
(atualizado às 15h17)
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Três policiais do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) que estavam foragidos desde o dia 15 de julho, depois que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou a participação deles em um esquema de cobrança de propina de traficantes em Campinas, se entregou à Corregedoria da Polícia Civil na manhã desta terça-feira. 

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Os policiais que se entregaram nesta manhã são Daniel Dreyer Bazzan, 35 anos, Sílvio Cesar de Carvalho Videira, 44 anos, e Leonel Rodrigues Santos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), eles se apresentaram na Corregedoria às 6h acompanhados de seus advogados. 

Ao todo 13 policiais são investigados. Dois deles atuavam em Campinas e os demais na capital paulista. Apenas os três que se entregaram hoje ainda não haviam sido localizados. 

Em nota, a SSP afirmou que a “Corregedoria da Polícia Civil já adotou todas as providências legais cabíveis, instaurando procedimentos para apurar a conduta individual de cada policial envolvido na investigação”.

O esquema

Segundo o promotor Amauri Silveira Filho, do Gaeco, os policiais recebiam de R$ 200 mil a R$ 300 mil por ano mais mensalidades para facilitar o tráfico de drogas no Estado de São Paulo. A operação que levou à prisão dos policiais é resultado de uma investigação sobre crimes de roubo, extorsão mediante sequestro, tortura e corrupção envolvendo policiais civis.

Segundo Silveira Filho, o esquema deve ser ainda maior e dezenas de policiais devem estar envolvidos. "Toda vez que há contato entre o policial e o criminoso e isso não é feito de acordo com a lei, ele se torna nefasto. Na medida em que o criminoso sabe que está sendo monitorado, a partir daí ele muda sua rotina, muda fornecedor, telefone, etc. Treze mandados foram expedidos, mas vários policiais estão envolvidos", afirmou.

De acordo com o MP, os policiais envolvidos tentaram forjar evidências, comprometer vítimas e testemunhas. "Tivemos que procurar o judiciário e solicitar prisão temporária de alguns policiais para que as investigações prosseguissem", disse Amauri. "(As prisões) vão permitir que as investigações sigam de maneira serena, permitindo que seja dosada de maneira precisa a exata a responsabilidade de cada um dos policiais", completou.

Segundo o promotor do Gaeco, a investigação foi instaurada com o objetivo de desmantelar uma facção criminosa e que o traficante Andinho, que já está preso, era um dos alvos da polícia. Porém, durante as investigações, policiais passaram a ser suspeitos por conta de vazamento de informações. Amauri revelou ainda que um dos sócios do traficante Andinho, que atuava na região de Campinas, também foi preso na tarde desta segunda-feira, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, suspeito de articular para impedir as investigações contra os policiais.

Fonte: Terra
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