Firmas de doleiro receberam R$ 31 milhões de empreiteiras
A Polícia Federal apreendeu uma planilha no escritório do doleiro Alberto Youssef - preso em março sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro - que aponta um dos modos como empreiteiras possam ter pago propina a agentes públicos para firmar contratos com a Petrobras. O documento mostra o repasse de R$ 31 milhões por dois consórcios e uma empresa a firmas controladas pelo doleiro. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
As empreiteiras citadas na planilha - consórcios CNCC (formado por Camargo Corrêa e Cnec) e Conest (Obebrecht e OAS) e a Jaraguá Equipamentos - foram contratadas para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a obra mais cara da Petrobras atualmente. Todas negaram à Folha ter negócios com as empresas de Youssef. No entanto,, em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da Jaraguá reconheceu ter pago comissão ao doleiro. A PF suspeita que os R$ 31 milhões listados no documento sejam propina para funcionários públicos e políticos que ajudaram as empreiteiras em questão a conseguir os contratos para tocar a obra da refinaria.
Segundo a planilha, os destinatários dos valores repassados pelas empreiteiras são as empresas MO Consultoria, Rigidez e GFD. A PF diz que elas pertencem ao doleiro, o que ele nega. Os valores lançados foram pagos entre julho de 2009 e março de 2013, num período de três anos e sete meses.