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Polícia

Filho de policial é principal suspeito por morte de Kelly Cyclone

28 jul 2011 - 18h15
(atualizado às 18h25)
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Estêvão Pires

Um homem de 26 anos, filho de um policial civil, figura na lista dos principais suspeitos pelo assassinato de Kelly Sales Silva, 22 anos, jovem que teria tido envolvimento com o tráfico e ficou conhecida como Kelly Cyclone por ajudar a organizar festas regadas a cocaína e namoros com chefes de quadrilhas, em Salvador (BA). A informação foi confirmada nesta quinta-feira pela 23ª Delegacia de Polícia de Lauro de Freitas (BA), responsável pelo caso. Durante a tarde, três pessoas que estavam nas imediações da cena do crime foram ouvidas, mas o conteúdo dos depoimentos não foi revelado.

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Kelly foi morta a tiros na madrugada do dia 18, quando estava dentro do carro do ex-companheiro, filho de policial, nas proximidades da praça central de Lauro de Freitas. Em interrogatório realizado na semana passada, o suspeito negou qualquer participação no assassinato e garantiu que os disparos partiram de tripulantes de um automóvel Focus que teriam interceptado o carro dele, e fugido em alta velocidade após o crime.

"Como por enquanto só temos a certeza da presença dele na cena do crime, é possível considerá-lo um suspeito", afirmou o chefe de investigação da 23ª DP, Ubirajara Braga. As apurações indicam um homicídio com motivação passional. No dia da morte, membros da família de Kelly declararam que a jovem havia sido ameaçada pelo filho de policial, pois ela teria recusado um pedido de namoro.

"Outra possibilidade é que algum ex-namorado dela tenha ficado ciúmes e ordenado uma execução", ressaltou Braga. Na relação de suspeitos pelo crime, ainda consta o apenado Toni Rogério, o "Tonny", que teve um relacionamento com Kelly e está preso na 23ª Delegacia, mas ainda chefiaria pontos de venda de entorpecentes. Ele já foi ouvido e também negou envolvimento.

"Não descartamos também a possibilidade de alguém ter ordenado a morte dela para evitar vazamentos de informações de traficantes", lembrou Braga. Até agora ninguém foi preso. Na semana passada um adolescente foi apreendido por tráfico chegou a ter seu nome associado ao crime, mas a hipótese já foi rechaçada.

No interrogatório, o filho de policial civil foi acompanhado pelo pai e um advogado. Ele assegurou nunca ter visto os atiradores que mataram Kelly Cyclone. A 23ª DP já apresentou fotos de possíveis suspeitos, mas ele não reconheceu ninguém. A investigação nega a existência de envolvimento dele com o tráfico. "Temos informações de que ele seria apenas usuário", disse Braga.

Familiares de Kelly ainda negam que a jovem tenha ligações com tráfico ou quadrilhas de assaltantes. A notoriedade dela ganhou força em fevereiro de 2010, durante um evento que ficou conhecido como a "festa do pó na Boca do Rio". Na época, ela foi apontada pela polícia como um dos seis traficantes detidos no local. A jovem trazia no corpo tatuagens que chamavam a atenção, como um dragão que cobria a perna, a inscrição "Vida Loka" e o nome de um ex-namorado.

Dançarina de pagode, ela chegou a declarar que pensava em disputar uma vaga na Câmara Municipal de Vereadores de Salvador em 2012.

Apontada como traficante, Kelly costumava exibir suas tatuagens em redes sociais
Apontada como traficante, Kelly costumava exibir suas tatuagens em redes sociais
Foto: Reprodução / Futura Press
Fonte: Terra
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