PUBLICIDADE

Polícia

Filho de Glauco teria sido executado de joelhos, diz parente

13 mar 2010 - 14h17
(atualizado às 15h39)
Compartilhar
Peter Fussy
Direto de São Paulo

Raoni Villas Boas, 25 anos, filho do cartunista Glauco Villas Boas, 53 anos, foi morto enquanto implorava de joelhos para o assassino não disparar, segundo relato de familiar de Glauco, que preferiu não ser identificado. Pai e filho foram assassinados no início da madrugada de sexta-feira na porta de casa, com quatro tiros cada um. O enterro ocorreu na manhã deste sábado, no cemitério Gethsêmani Anhanguera, em São Paulo. O suspeito do crime, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, está sendo procurado pela polícia.

De acordo com o advogado da família, Ricardo Handro, os detalhes do crime são sórdidos. "Houve cenas terríveis, que estamos procurando poupar. A família ainda está em estado de choque", disse o advogado, que ainda descartou que o suspeito do crime seja próximo das vítimas. O cartunista era um dos líderes espirituais da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime e tinha cultos próximos à casa dele - onde aconteceu o crime.

"Ele não é seguidor da igreja. As pessoas dizem que ele foi lá algumas vezes. Mas no ano novo havia cerca de 600 pessoas lá e no aniversário de Glauco (no dia 10 de março) tinha umas 400", afirmou Handro. A enteada do cartunista confirmou que o suspeito não era próximo da família. "Ele era conhecido de Raoni, foi algumas vezes lá, mas não fazia parte do grupo de amigos", disse Juliana Vennis.

Segundo Juliana, que estava presente na cena do crime, Raoni teria implorado para o suspeito não atirar. Durante seu depoimento na sexta-feira, ela afirmou que o suspeito queria levar Glauco para a casa dele, em Pinheiros, para dizer à sua mãe que ele é Jesus Cristo, também segundo relato do familiar.

Entenda o caso

O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira (12), com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.

Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.

Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade