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Polícia

Explosivos de ataques no Rio podem ter origem em roubo no RS

24 nov 2010 - 07h50
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Policiais civis e federais cariocas receberam a informação de que uma carga de 500 kg de explosivos, metade com possível origem em furto em uma pedreira do Rio Grande do Sul, chegou ou está para chegar no Rio de Janeiro, acondicionada em um caminhão. O produto seria utilizado para atacar autoridades e Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em continuação à onda de ataques e vandalismo que vem ocorrendo desde o final de semana na capital fluminense. As informações são do jornal Zero Hora.

O delegado Juliano Ferreira, da Delegacia de Roubos e Extorsões da Polícia Civil, um dos que investigam o roubo de explosivos no município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, disse ao jornal que é mais provável que os explosivos tenham sido revendidos para receptadores gaúchos, ou mesmo para empreiteiras usarem em demolição legal.

Quadrilha leva 273 kg de explosivos de pedreira no RS

Cinco homens armados com espingardas e fuzis renderam um vigia e roubaram 273 kg de dinamite e outros explosivos da pedreira Vera Cruz, em Gravataí, no dia 10 de novembro.

De acordo com a Polícia Militar, os assaltantes renderam e desarmaram o único segurança da pedreira, localizada no bairro Santa Tecla, zona rural da cidade, saquearam o paiol onde estavam os explosivos e fugiram em um Vectra. Ninguém foi preso.

Segundo relato do segurança à polícia, a quadrilha fugiu na direção dos municípios de São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A polícia suspeita que a quadrilha tinha informações privilegiadas sobre a existência e a localização dos explosivos.

Violência

A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).

Nesta terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

Fonte: Redação Terra
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