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Polícia

Exército nega disparo contra jovem após Parada Gay do Rio

15 nov 2010 - 11h59
(atualizado às 13h02)
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O Comando Militar do Leste (CML) negou, nesta segunda-feira, qualquer envolvimento no caso do jovem Douglas, 19 anos, baleado na noite do domingo na Praia do Arpoador. Segundo o Exército, não houve registro de disparos de armas de fogo por militares de serviço no Forte de Copacabana no domingo e o local da ocorrência não está sob administração do Forte. A nota do CML informa, ainda, que não foi feito nenhum tipo de patrulhamento externo por militares.

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil havia solicitado ao Comando Militar do Leste uma lista contendo todos os militares que estavam em serviço na noite deste domingo. O objetivo é identificar quem baleou o estudante. O jovem e a família dele acusam um militar do Exército do Forte de Copacabana, de agressão, discriminação e de ter efetuado o disparo. A família teme sofrer represálias.

De acordo com a mãe de Douglas, a estudante de Direito Viviane, 37 anos, o filho, que é estudante do 3º ano do ensino médio, tinha saído da Parada Gay e seguido para as pedras do Arpoador com um grupo de amigos. O local é conhecido como ponto de encontro de homossexuais e estava lotado. Três militares fardados, do Forte de Copacabana, que fica ao lado, teriam chegado ao local pressionando os frequentadores a sair, mas Douglas teria sido segurado por eles.

Ainda segundo Viviane, o filho contou que os militares pediram a identidade dele e o telefone da família. Após cumprir as exigências, ele disse que os militares perguntaram se seus pais sabiam de sua presença no local e que seria homossexual. O estudante teria respondido que a mãe sabia, o que teria irritado os militares. Em seguida, o jovem teria sido agredido com um soco no rosto por um deles e depois atingido com um tiro de pistola na barriga.

À Polícia Civil, o estudante informou que estava namorando com outro rapaz quando militares começaram a ameaçar levá-los presos, junto com outras pessoas que também estavam namorando no local.

Douglas foi levado por policiais do 23º BPM (Leblon) para o Hospital Miguel Couto (HMC), na Gávea. O tiro perfurou lateralmente o abdome do jovem. O estado de saúde dele é considerado regular e não há risco de vida. A família está tentando a transferência do jovem para um hospital particular. O caso está sendo investigado pela 14ª DP (Leblon). Douglas é aguardado nos próximos cinco dias para prestar depoimento.

Fonte: O Dia
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