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Polícia

Escola: mãe dizia que suspeito de matar família tinha poucos anos de vida

7 ago 2013 - 17h54
(atualizado às 17h58)
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<p>Marcelo, 13 anos, sofria de uma doen&ccedil;a degenerativa que afetava seu aparelho respirat&oacute;rio</p>
Marcelo, 13 anos, sofria de uma doença degenerativa que afetava seu aparelho respiratório
Foto: Facebook / Reprodução

A escola onde estudava Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, suspeito de matar a família e depois cometer suicídio na casa onde moravam, em São Paulo, divulgou nota nesta quarta-feira em que se manifesta incrédula com os fatos imputados ao adolescente. Segundo o Colégio Stella Rodrigues, Marcelo era um "garoto dócil e alegre" e tinha um bom relacionamento com colegas e professores. A instituição ressaltou, porém, que a mãe de Marcelo, a cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, havia mencionado que seu filho teria poucos anos de vida em razão da fibrose pulmonar, doença degenerativa que afetava o aparelho respiratório do jovem.

"O aluno Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini foi matriculado no colégio aos 5 anos de idade no ano de 2006. No ato de sua matrícula, a mãe mencionou à diretora do colégio que estava entregando em suas mãos a sua maior preciosidade, relatando que o menor sofria de uma doença degenerativa e que talvez não tivesse expectativa de vida além dos 18 anos", afirmou a instituição de ensino, em nota.

Tudo leva a crer que garoto matou os pais, diz delegado:

"O Marcelo, desde o início de sua trajetória escolar, sempre alcançou um bom rendimento pedagógico, apresentando comportamento e atitudes normais", disse o colégio, que também elogiou a postura da cabo Andreia e do pai de Marcelo, o sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, que também morreu na chacina. "Quanto aos pais, sempre foram participativos, atuantes e presentes em todas as atividades relacionadas à escola/família/aluno, acompanhando sempre de perto seu desenvolvimento pedagógico e pessoal", diz o texto.

Segundo a escola, durante a aula de segunda-feira pela manhã, "Marcelo se comportou normalmente como sempre, participando de todas as atividades propostas e com o mesmo jeitinho carinhoso com seus professores e funcionários em geral, não apresentando qualquer tipo de comportamento anormal". Segundo investigações preliminares do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcelo teria ido à escola no período entre as mortes de sua família e o seu suicídio. "O que aconteceu, aconteceu fora do ambiente escolar. É incompreensível a imputação do fato ao aluno, até mesmo pela personalidade que este apresentava dentro da instituição de ensino. Não houve indícios que anunciasse nenhuma tragédia", afirma a escola.

Por fim, o colégio garante que contratou profissionais especializados em situações como esta, para preparar os professores e funcionários "na orientação para o acolhimento dos nossos alunos e seus familiares no retorno às atividades escolares". "Neste momento de profunda tristeza, o Colégio e seus colaboradores estão realizando importante trabalho de orientação, acolhimento e conforto aos alunos. Por ora e até a finalização do inquérito policial, não nos pronunciaremos mais a respeito do caso a fim de colaborar com o andamento das investigações", conclui a nota.

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio. A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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