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Polícia

Empresas retiram leite do mercado e dizem seguir regras

8 mai 2013 - 16h04
(atualizado em 10/5/2013 às 15h43)
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As empresas que tiveram seus produtos envolvidos na fraude de adulteração de leite que ocasionou a prisão de oito pessoas nesta quarta-feira no Rio Grande do Sul se manifestaram por meio de nota e garantiram que os lotes com problemas já não estão mais disponíveis para os consumidores. A Operação Leite Compen$ado foi deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPE), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar.

A Líder, empresa que comercializa laticínio afirmou que retirou o lote de leite UHT (TAP 1 MB) do mercado em fevereiro deste ano, quando tomou conhecimento da possibilidade de existir um problema no produto. Segundo a companhia, foram obedecidas "todas as regras de fiscalização exigidas pelo Ministério da Agricultura".

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"Em vista disso, já foram descredenciadas cinco transportadoras terceirizadas de leite cru. A empresa também decidiu fechar um dos postos de resfriamento no Rio Grande do Sul por causa da ação de fraudadores na região. A companhia tem acompanhado de perto a investigação do MP e já tomou as medidas cabíveis com relação aos envolvidos", assegurou a Líder.

Na operação de hoje, feita hoje pelo Ministério Público (MP), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar, oito pessoas foram presas por adulterar o produto cru entregue para a indústria. Eles adicionavam uma substância semelhante à ureia e que possui formol em sua composição, na proporção de 1 quilo deste produto para 90 litros de água e 1 mil litros de leite

"A Líder reafirma que a partir de janeiro deste ano reforçou a fiscalização do leite recebido, incluindo as novas exigências do Ministério da Agricultura. Além disso, a Líder faz dupla checagem, nos postos de resfriamento e na fábrica, e desde janeiro não detectou nenhuma adulteração no leite cru destinado à produção. O leite Líder disponível no mercado está apto, portanto, para ser consumido com segurança", completou a empresa.

Problema pontual

A Italac, que teve cinco lotes apontados como adulterados, afirmou que o problema foi "pontual" e que ocorreu apenas no Rio Grande do Sul. "(O problema) aconteceu no transporte do leite cru, entre a fazenda e o laticínio, antes de ser industrializado", disse a empresa em nota.

"Os lotes identificados com problemas foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor. Todo o leite Italac encontra-se em perfeitas condições de consumo com total segurança e qualidade", afirmou a Italac.

A empresa informou ainda que "apoia as ações do Ministério da Agricultura e Ministério Público no sentido de assegurar a qualidade do leite em toda a sua cadeia de produção e manter a confiança do consumidor nesse importante alimento".

Em nota, a Mu-Mu afirmou que a investigação do Ministério Público está “concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento, onde o produto fica armazenado” antes de chegar à fábrica da empresa. 

A empresa disse ainda que atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria prima que são exigidos pelo ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.  

Além disso, a Mu-Mu afirmou que colocou seu Sistema de Atendimento ao Consumidor  (SAC) à disposição de consumidores que, eventualmente, possuam os produtos do lote 3 ARC, fabricação 18 de janeiro de 2013, ou tiverem dúvidas sobre os produtos da marca.

Latvida diz que foco da operação é nos transportadores

A Latvida, que foi completamente interditada e suspendeu temporariamente todas as atividades de laticínio, afirmou que, na nota técnica do Ministério da Agricultura sobre a operação, o nome da empresa não consta "em qualquer momento". "A operação que está sendo realizada tem foco exclusivamente nos transportadores de leite (intermediadores)", afirmou.

A Latvida também divulgou um documento emitido pelo ministério em 24 de abril no qual o órgão liberava as atividades da empresa. Em função disso, a Latvida se disse "surpresa" com a decisão da suspensão temporária. A empresa informou que se reuniria com a Cispoa e o MP e se manifestaria sobre o encontro.

As investigações

As investigações foram iniciadas em abril de 2012, depois que o Mapa identificou a presença de formol em um laudo de análise de leite. "Naquela ocasião se acendeu a luz vermelha. Passaram a monitorar de forma mais abrangente e o segundo laudo, de agosto, confirmou que alguém estava adulterando o leite. O Ministério Público foi então procurado e pedido prioridade para a apuração", informou o promotor de Justiça da Especializada Criminal da Capital, Mauro Rockenbach.

A simples adição de água, com o objetivo de aumentar o volume, acarreta perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia - produto que contém formol em sua composição - e é considerada cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Ministério Público também suspeita que a água de poço artesiano era imprópria para o consumo. Por isso, uma amostra foi coletada para análise. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.  

Confira as marcas que apresentaram adulteração por formol conforme laudos de laboratórios credenciados pelo Mapa: 

MARCA LOTE
Italac Integral L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1 

Italac Semidesnatado
L12KM1
Líder UHT Integral TAP1MB (produzido em 17/12/2012 e com validade até 17/04/2013)
Mu-Mu UHT Integral 3ARC
Latvida UHT Desnatado com fabricação em 16 de fevereiro de 2013 e validade até 16 de junho de 2013
 
Fonte: Terra
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