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Polícia

Em audiência, pai diz que Joanna chegou ferida da casa da mãe

7 fev 2011 - 22h22
(atualizado às 22h32)
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O pai da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, o funcionário público André Rodrigues Marins, foi ouvido nesta segunda-feira pelo juiz Alberto Fraga, em exercício no 3º Tribunal do Júri da Capital, no processo da morte da criança. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ele afirmou que a filha chegou a sua casa já com a lesão que apresentava na nádega quando morreu. Segundo Marins, que está preso, a menina foi entregue assim pela mãe, a médica Cristiane Marcenal.

André Marins é acusado de tortura e homicídio
André Marins é acusado de tortura e homicídio
Foto: Ivanildo Anastácio / Futura Press

Em seu depoimento, que durou cerca de duas horas o funcionário público reafirmou ter amarrado as mãos da criança com fita crepe por orientações de uma psicóloga. Ele já havia justificado a atitude por a filha ter um sono muito agitado e transtornos motores. Na audiência de instrução e julgamento, continuação da realizada em 17 de janeiro, Marins afirmou que lutou durante cinco anos para conseguir ter contato com a filha.

Hoje, o juiz ainda ouviu duas testemunhas de defesa do réu. O magistrado ainda vai interrogar a madrasta de Joanna, Vanessa Maia Furtado.

O caso

A menina Joanna, 5 anos, morreu em agosto de 2010, no Hospital Amiu, em Botafogo, onde passou 26 dias em coma. Ela foi internada com edema cerebral, hematomas nas pernas e sinais de queimaduras. Antes de chegar ao Amiu, ela foi levada ao Hospital Rio Mar, na zona oeste, onde foi atendida por um estudante de Medicina, acusado de lhe dar alta mesmo estando desacordada. Ele disse ter sido contrato pela médica Sarita Fernandes Pereira, que também chegou a ser presa acusada do homicídio.

De acordo com a denúncia do MP, o pai e a madrasta submeteram a criança a intenso sofrimento e a mantiveram dentro de casa com as mãos e pés amarrados. A menina, que teria sido deixada por horas e dias deitada no chão suja de fezes e urina, foi, ainda segundo a denúncia, queimada na região das nádegas e lesionada com hematomas em diversos pontos do corpo e na face.

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Joanna foi vítima de maus-tratos e que morreu devido a uma meningite viral. Segundo o documento, a doença se desenvolveu devido à baixa imunidade da criança. O pai de Joanna e a madrasta da criança respondem por tortura e homicídio qualificado. A médica Sarita e o estudante de Medicina que atendeu Joanna também respondem pela morte da criança.

Fonte: Terra
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