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Polícia

Dupla recebe nova condenação por pedofilia no interior de SP

7 jan 2010 - 18h23
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

A Justiça de São Paulo condenou o mecânico José Barra Nova de Melo, 47 anos, e seu sobrinho William Melo de Souza, 20 anos, a cumprirem 13 anos e quatro meses e 12 anos de prisão, respectivamente, por terem abusado sexualmente de sete crianças de 7 a 12 anos de idade, em Catanduva, no interior do Estado. A decisão, da juíza Sueli Juarez Alonso, da Vara da Infância e da Juventude de Catanduva, foi dada no dia 28 de dezembro, mas só foi divulgada pelo Tribunal de Justiça nesta quinta-feira. Sueli não atendeu à imprensa, mas o TJ confirmou a condenação. O Terra procurou os advogados dos dois condenados, mas eles não foram localizados em seus telefones.

Foi a segunda condenação dos dois homens. Em maio de 2009, Barra Nova foi condenado a 11 anos, 10 meses e 15 dias de prisão por ter abusado de dez crianças. Seu sobrinho pegou sete anos e seis meses por participação nos crimes.

Os dois réus são acusados de pertencer a uma suposta rede de pedofilia, que teria molestado 61 crianças de dois bairros da periferia da cidade em 2008. O caso teve repercussão nacional e obrigou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia do Senado a realizar sessões na cidade para investigar o caso.

Na decisão, a juiza determina que os dois não poderão recorrer em liberdade. Barra Nova, conhecido como Zé da Pipa, também é acusado de cometer crimes sexuais contra outros quatro meninos. A sentença deste caso ainda não foi proferida.

A maioria dos abusos teria acontecido na casa de Zé da Pipa, no Jardim Alpino. Para atrair as vítimas, ele oferecia doces e dinheiro, consertava bicicletas, fazia pipas com fotos dos garotos e emprestava seu videogame para as crianças brincarem. Em sua residência, o condenado passava filmes pornográficos e andava nu. Seu sobrinho é acusado de participar das agressões e de segurar as crianças para os ataques do tio.

No processo, os dois são descritos como "pervertidos". Um total de 61 crianças ouvidas pelos psicólogos confirmaram as agressões. Exames também apontaram a violência física contra parte das crianças. Em depoimento à polícia, à Justiça e à CPI, elas também relataram que foram abusadas numa mansão, onde teriam posado para fotos nuas e usado cocaína. A casa não foi localizada.

As denúncias também citam outras quatro pessoas, entre elas um empresário e um médico, cujos computadores e interceptações telefônicas de seus aparelhos são analisados por peritos, em inquérito aberto pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP) de São Paulo.

Segundo a CPI da Pedofilia e a polícia, duas delegadas encarregadas de apurar as denúncias cometeram falhas graves na condução dos inquéritos, o que teria facilitado a destruição de provas. Elas foram consideradas culpadas em relatório preliminar da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que abriu inquérito administrativo.

Fonte: Especial para Terra
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