Dono de hospital no Rio nega presença de falsos médicos
O dono do Hospital das Clínicas de Belford Roxo, no Rio, médico Deodalto José Ferreira, disse, em depoimento na tarde desta segunda-feira na Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública, que não há falsos médicos no hospital e que não tinha conhecimento que o estudante de Medicina Silvino da Silva Magalhães, 40 anos, não era formado. Silvino responde em liberdade pela morte de uma mulher e do filho em um parto realizado na unidade médica.
O dono do hospital disse ainda que a média de mortes na unidade é menor do que em toda a Baixada Fluminense. Segundo o médico, de janeiro até hoje houve cerca de cinco mil partos, com 14 mortes de recém-nascidos.
O estudante Silvino da Silva Magalhães foi indiciado por se passar por obstetra e realizar a cesariana de Lucimar de Paula Dias Carvalho, 27 anos, que morreu no parto no dia 9 de maio junto com o bebê. Ele possuía um carimbo com o próprio nome e do dono da clínica, além de receitas assinadas e carimbadas por outros médicos. O suspeito alegou ser supervisionado, mas a equipe da polícia que o prendeu em flagrante no dia 6 de setembro não encontrou médicos no local.
Após a prisão, outras 20 mulheres procuraram a polícia para denunciar supostos falsos médicos que atuavam no hospital. Alguns desses atendimentos acabaram com a morte dos pacientes.