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Polícia

Diretor do Deic de SP diz que Black Block são organização criminosa

17 out 2013 - 07h19
(atualizado às 07h20)
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Representantes das polícias Militar, Civil e da promotoria se reuniram pela primeira vez desde a criação de uma força-tarefa para conter os atos de vandalismo, principalmente os promovidos pelo grupo Black Bloc, durante os protestos em São Paulo. A partir de agora, as investigações ficarão centralizadas no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Após o encontro ocorrido na quarta-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital paulista, o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Wagner Giudice, definiu o Black Bloc como uma "organização criminosa". "A intenção é descobrir quem são, de onde vêm. Eles são uma organização criminosa? Sim. Nossa função é provar isso", disse. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo. 

O objetivo das investigações é que vândalos sejam enquadrados na Lei da Organização Criminosa, que prevê pena de três a oito anos de prisão. O protesto em São Paulo na terça-feira foi o primeiro que acabou em violência desde que o Estado autorizou na última semana a PM a voltar a usar balas de borracha para conter atos de vandalismo nas manifestações.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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