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Polícia

Delegado diz que não há indícios de que DG foi espancado

24 abr 2014 - 22h16
(atualizado às 22h18)
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O delegado Gilberto Ribeiro, responsável pelas investigações sobre a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, disse nesta quinta-feira que, com base nas análises da perícia feitas até o momento, não há indícios de que o jovem tenha sido espancado. Segundo Ribeiro, o rapaz pode ter sofrido escoriações durante queda de uma laje.

"Ainda vamos aprofundar melhor isso. Vou conversar com o legista e tomar outras providências que me permitam ter uma conclusão definitiva, mas, a priori, pelo tipo de lesão apresentada, não há indicação de espancamento".

A mãe do dançarino, a técnica de enfermagem Maria de Fátima Silva, defende a tese de que o filho foi torturado antes de morrer.

A Polícia Civil confirmou nesta quarta-feira que o dançarino foi atingido por um tiro. Segundo laudo do IML, o rapaz morreu devido a uma hemorragia interna decorrente "de laceração pulmonar proveniente de ferimento transfixante do tórax".

O delegado já ouviu oito policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Pavão-Pavãozinho, zona sul do Rio, envolvidos no confronto com traficantes. Na terça-feira, dia seguinte ao tiroteio, o corpo do dançarino foi encontrado em uma creche na comunidade. Mais um policial prestará depoimento nesta sexta-feira.

"Hoje estive na quadra onde houve o confronto para entender o local, estive na laje onde supostamente DG (Douglas) se encontrava no momento do confronto e de onde viriam disparos de arma de fogo na direção dos policiais militares", contou o delegado. "Não existem divergências, existem lacunas que teremos que procurar preencher com as investigações. Eles (PMs) admitem ter trocado tiros com os criminosos que atiraram na direção deles", completou Ribeiro.

Segundo o delegado, os policiais disseram ter visto um vulto pulando de uma laje para outra, vizinha à creche onde o corpo do dançarino foi encontrado, e que não atiraram na pessoa.

Hoje pela manhã foram entregues as armas dos militares usadas no confronto que serão analisadas pela perícia: seis fuzis e dez pistolas.

O delegado confirmou que a ação da PM no Pavão-Pavãozinho foi feita para encontrar o chefe do tráfico na comunidade, Adauto do Nascimento Gonçalves, o Pitbull, 34 anos, que estava no local, segundo informação recebida pelo Disque-Denúncia.

Gilberto Ribeiro também investiga as circunstâncias da morte de Edilson Silva dos Santos, 27 anos, na terça-feira à noite durante manifestação para cobrar apuração do caso Douglas. "Essa investigação está prejudicada, pois dependo desse rapaz (testemunha que carregou o corpo) para me indicar o local e ele até agora não o fez".

Agência Brasil Agência Brasil
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