PUBLICIDADE

Polícia

Delegada pede prisão da procuradora que agrediu filha no Rio

30 abr 2010 - 19h13
Compartilhar

A delegada titular da 13ª DP (Copacabana), Monique Vidal, pediu à Justiça a prisão preventiva da procuradora aposentada Vera Lúcia Santana Gomes, 57 anos, nesta sexta-feira no Rio de Janeiro. A funcionária da Justiça foi indiciada por tortura e racismo, na tarde de quinta-feira.

A procuradora é acusada de agredir a filha adotiva
A procuradora é acusada de agredir a filha adotiva
Foto: Amadeu Bocatios / Futura Press

A delegada disse que Vera Lúcia admitiu ter xingado sua filha adotiva de "cachorrinha". "Ela disse que isso não é nada demais porque ela gosta de cachorro", afirmou a delegada. Monique informou ainda que o exame de corpo de delito em T. mostra que as lesões são graves e foram feitas em dias diferentes.

Depoimento

Em depoimento, a procuradora afirmou que resolveu adotar uma criança por que não teve filhos e queria deixar sua pensão do Ministério Público (MP) para uma criança carente. Assim, segundo ela, seria uma maneira de contribuir para resolver o problema social das crianças carentes do País.

A procuradora disse que, no dia 15 de abril, dia em que o Conselho Tutelar pegou T., 2 anos, não notou nenhum ferimento grave na menina. Ela disse apenas que a criança estaria com um machucado na testa, provocado por um tombo.

Enquanto via fotografias da menina com os olhos fechados, de tão roxos, e com o rosto inchado, na sala da delegada Monique Vidal, a procuradora se mostrou surpresa com o que viu. Ela disse que desconhecia como os hematomas apareceram na criança. A funcionária da Justiça contou que se interessou em adotar T. por que soube que ela havia sido abandonada pela mãe e vítima de pedofilia.

A procuradora também está na mira da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública. O órgão vai entrar nesta sexta-feira na 1ª Vara da Infância e Juventude com ação pedindo que Vera Lúcia indenize T. em R$ 436.560. Também será pedida pensão mensal de três salários mínimos (R$ 1,7 mil).

A criança foi encontrada pelo Conselho Tutelar com sinais de maus-tratos na casa da procuradora em 15 de abril. "Ela tem diversas lesões que foram produzidas por meio cruel", disse Monique.

A advogada saiu da delegacia debaixo de gritos de "bruxa", "vai bater em gente grande" e "covarde". Algumas pessoas exibiam cartazes com frases do tipo: "Se fosse com minha filha você ia ver". Alguns manifestantes tentaram bater em Vera Lúcia com guarda-chuvas. A prisão preventiva da procuradora deverá ser pedida nos próximos dias.

A procuradora vai responder também por racismo, já que falava para suas empregadas domésticas que elas faziam um serviço de "preto".

Fonte: O Dia
Compartilhar
Publicidade