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Polícia

Defesa de vigia cita tortura e promete 'bomba' no caso Mércia Nakashima

29 jul 2013 - 10h26
(atualizado às 10h34)
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O advogado de Evandro falou sobre uma suposta "bomba" a ser revelada em julgamento
O advogado de Evandro falou sobre uma suposta "bomba" a ser revelada em julgamento
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

Aryldo de Oliveira de Paula , advogado de defesa de Evandro Bezerra da Silva, acusado de ser cúmplice de Mizael Bispo no assassinato da advogada Mércia Nakashima, afirmou que durante o julgamento do vigia uma grande revelação será divulgada. Segundo ele, a possível tortura sofrida por Evandro e uma grande “bomba” mudarão os rumos do caso ocorrido em maio de 2010.

“A tortura não foi investigada, portanto não se pode dizer que não houve. Sabemos que o Brasil não investiga tortura. Ele, num primeiro depoimento negou a participação e depois, no mesmo dia, acabou confessando após a tortura”, afirmou Aryldo.

O vigia vai a júri popular a partir desta segunda-feira, no Fórum de Guarulhos, em São Paulo. Ele é acusado de ter colaborado com a fuga de Mizael Bispo, condenado em 14 de março a 20 anos de prisão pela morte da ex-namorada Mércia

A acusação sustenta que Evandro não teve participação direta na morte, mas que sabia que Mizael tinha a intenção de cometer o crime. Mércia foi vítima de disparos de arma de fogo e lançada, no interior de seu veículo, dentro de uma represa no município de Nazaré Paulista, na Grande São Paulo.

“Em um ou dois dias vou soltar uma bomba no plenário que vai mudar os rumos do processo, inclusive da condenação de Mizael. Vai ter uma revelação, não posso falar agora porque minha equipe não me autorizou, mas durante as perguntas inevitavelmente isso virá à tona. É uma revelação em relação à vítima, mas não posso dizer muita coisa”, disse.

O advogado de defesa afirmou que não serão novos dados, mas sim uma análise feita em cima das provas mostradas pela própria acusação.

Aryldo disse ainda que a planilha das ligações entre Evandro e Mizael, em que mostra ambos conversando sobre quando e como seria o crime foi adulterada. “Vou provar que essas ligações não ocorreram. A planilha veio em Excel. Essa prova pode ser alterada. Fiz o comparativo do tempo de ligação de uma hora para outra, de uma distância para outra e é humanamente impossível”, disse.

Porém, o delegado que presidiu o inquérito, Antônio Olim, diz ser absurda a afirmação de que as planilhas foram adulteradas e diz que Aryldo está querendo aparecer. “Eu acho que esse advogado é meio comédia. Quem vai adulterar? O juiz recebe, o promotor recebe e todos os outros recebem. Tudo é passado e escrito e aquele guardião grava tudo, mas acho que ele não entende muito de escuta telefônica. É mais um que está querendo aparecer”, afirmou Olim.

Ainda em relação à participação de Evandro no crime, quando teria buscado Mizael na represa Nazaré Paulista, Aryldo disse que o simples fato de o vigia ter dado carona ao réu não significa que está envolvido no crime. "Ele foi e buscou, como aconteceu outras vezes. Ele como patrão do Evandro pediu carona e isso não é dizer que o Evandro sabia. A prova tem que ser clara, precisa, forte e isso não basta", disse.

A defesa fez questão de ressaltar que Evandro jamais afirmou que Mizael matou Mércia, mas sim que desconfiou do ocorrido. "Ele começou a desconfiar quando começaram as reportagens sobre o desaparecimento. O Evandro perguntou pro Mizael, disse que achava estranho e o Mizael disse: 'você fica na sua porque isso não é um problema seu. Você não tem nada a ver com isso e não fala pra ninguém que foi me buscar lá'. Essa foi a resposta do Mizael e o Evandro se sentiu intimidado e nunca mais tocou no assunto", disse.

Fonte: Terra
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